Love of God or Hatred of Your Enemy? The Emotional Voices of the Crusades

The present paper attempts to investigate three cornerstones of the history of the early crusades from a wider range of emotions while focusing on [1] the call to the crusade and the conquest of Jerusalem, [2] the fall of Edessa and, subsequently, the Second Crusade and its outcomes, and [3] the Christian defeat at the Horns of Hattin. Less than a century before the crusades, different groups in Christian society had been the target of the same pejorative emotions that were later used to denounce and reproach the Moslems. These terms should therefore be seen and analyzed, not to produce a superficial moral reading of the vilification of the Moslems, but as an essential part of the thesaurus in which Christian society analyzed itself. In fact, the use of the same Augustinian emotional index transforms negative attitudes toward the Moslems into an act of inverted inclusion of the Moslems within the Christian sphere; in other words, using illusionary inclusion in order to exclude. This inverted inclusion means that within its inner discourse, Christian society defeated the Moslems symbolically, independently of the real outcome on the battlefield. The transformation of the crusaders from Westerners into Easterners in Fulcher�s eschatology (note 45) is a conscious practice of erasing the �other� by expropriating its identity. This was not, however, an act of including the Easterner into the crusaders� weltanschauung, but a symbolic denial that further served to exclude the Easterners altogether.O presente artigo pretende investigar três pedras angulares da história das primeiras cruzadas a partir do início de uma ampla gama de emoções, enfocando: 1. a chamada para a cruzada e a conquista de Jerusalém, 2. a queda de Edessa e, posteriormente, a Segunda Cruzada e seus resultados, e 3. a derrota cristã nos Cornos de Hattin. Menos de um século antes das cruzadas, diferentes grupos da sociedade cristã já tinham sido alvo das mesmas emoções pejorativas que, posteriormente, foram utilizadas para denunciar e reprovar os muçulmanos. Esses termos devem ser vistos e analisados, não para produzir uma leitura superficial do aviltamento moral dos muçulmanos, mas como uma parte essencial do léxico com o qual a sociedade cristã analisou a si própria. Na verdade, o uso do mesmo index emocional agostiniano transformou atitudes negativas contra os muçulmanos em um ato de inclusão invertida dos muçulmanos dentro da esfera cristã. Em outras palavras, a inclusão ilusória foi usada para excluir. Esta inclusão invertida significa que, simbolicamente, em seu discurso interior, a sociedade cristã derrotou os muçulmanos, independentemente do resultado real no campo de batalha. A transformação dos cruzados ocidentais em orientais na escatologia de Fulcher (nota 45) foi uma prática consciente de apagar o �outro�, expropriando-o de sua identidade. Contudo, isto não foi um ato de inclusão dos orientais em cruzados Weltanschauung, mas uma negação simbólica que também serviu para excluí-los completamente