Professores do Ensino Médio de Uberlândia-MG diante da Reforma Curricular com base na Resolução 833/2006

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)A Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais publicou, em novembro de 2006, a Resolução 833/2006, que regulamenta a implementação de uma proposta que aponta para a diversificação curricular para as escolas de Ensino Médio que fazem parte do programa Escolas-Referência. Essa proposta deveria iniciar sua vigência em 2007. A idéia desta pesquisa surgiu a partir do momento da constatação de que alguns professores e diretores evidenciavam um certo desconforto em relação a esta proposta. Tal pesquisa objetivou investigar o que pensam os professores a respeito da aplicação da referida Resolução, focalizando as necessidades e implicações. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo ação, que contou com a colaboração pontual de uma professora que ministra aulas nas duas escolas da rede pública estadual de Uberlândia —MG que compõem o nosso campo de pesquisa. Fazem parte da nossa amostra quatro professores de cada disciplina, sendo dois de cada escola, totalizando quarenta. Na coleta de dados utilizou-se um Questionário que levou ao alcance do objetivo proposto. Da análise dos dados, chegamos a quatro categorias: - representatividade dos professores na pesquisa; - necessidades como subsídios da reforma curricular; - na relação dos professores com o novo currículo; - desencontros e encontros na implementação curricular. A partir daí, três constatações foram pertinentes: - a não¬implantação/adiamento da aplicação da Resolução pelas duas escolas pesquisadas, possivelmente, por falta de compreensão dos pressupostos da mesma, mais por cautela e precaução, do que por oposição propriamente dita; - a prática de uma outra escola, também do grupo de Escolas-Referência, porém que não fez parte do nosso campo de pesquisa, que optou pela ousadia de reorganizar o currículo de forma coletiva; - a preocupação dos professores em relação aos conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais do currículo, sem, no entanto, perder de vista as diferenças individuais e sociais, que geralmente causam impactos, por exemplo, no processo seletivo regional. A interlocução entre as escolas do Ensino Médio e entre estas e as universidades, em torno da implantação deste novo currículo, parece ser uma necessidade para que os obstáculos sejam superados, desde que o trabalho coletivo e o recurso humano representem possibilidades preponderantes no processo educacional