Redes socias e as relações afetivas dos adolescentes

Com as redes sociais, o próprio conceito de amizade parece ter-se alterado. Enquanto que para construir uma amizade na vida real é preciso que haja desejo mutuo de conhecer o outro e a relação é construída em privado, nas redes sociais basta clicar na página digital de alguém para se tornar seu amigo e passar a ter acesso a tudo o que o outro publicar. Neste sentido, este estudo tem como objetivo geral perceber de que forma é que as redes sociais interferem nas relações afetivas dos adolescentes. Participaram 127 estudantes de uma instituição pública do ensino secundário, do concelho de Braga. Os instrumentos utilizados foram: um questionário de dados sociodemográficos e o Inventário ERP-ER - Experiências em relações próximas - estruturas relacionais (Moreira e Canavarro, em 2015). Para a análise dos dados foram utilizadas medidas de estatística descritiva e inferencial. Os resultados evidenciaram relações estatisticamente significativas entre: a idade dos adolescentes e a média global da escala ERP-ER da mãe; as relações afetivas e o ano de escolaridade; e as redes sociais utilizadas e o ano de escolaridade. Não se verificaram, no entanto, relações significativas entre as redes sociais utilizadas e as relações afetivas dos adolescentes. Assim, sugerimos, a replicação deste estudo junto duma amostra representativa de estudantes adolescentes a nível nacional e em contextos de ensino público e privado.With social networks, the concept of friendship seems to have changed. To build a friendship in real life it is necessary a mutual desire to know each other and the relationship is built in private, while on social networks it only requires a click on someone to become your friend and to have access to everything you publish. In this sense, this study has as general objective to understand how social networks interfere in the affective relationships of adolescents. A total of 127 students from a public school in the municipality of Braga participated. The instruments used were a sociodemographic data questionnaire and the ERPER Inventory - Experiences in Close Relationships - Relational Structures (Moreira e Canavarro, em 2015). For the statistical analysis of the data, descriptive and inferential methods were performed. The results showed statistically significant relationships between: the age of the adolescents and the global media of the ERP-ER scale of the mother; the affective relations and the year of schooling; the social networks used and the year of schooling. There were, however, no significant relationships between the social networks used and the affective relationships of adolescents. So, we suggest the replication of this study with a representative sample of adolescent students at national level and in contexts of public and private education