Educação e neoliberalismo : a que(m) serve o escola sem partido?

O presente estudo examinou a relação entre educação e neoliberalismo tendo em vista a experiência do movimento conhecido como Escola Sem Partido. Mais especificamente, investigou-se em que medida o movimento contribui para a reprodução da ordem social neoliberal. A novidade reside não necessariamente no tema, mas na abordagem e na problemática que norteia a pesquisa. Apesar do objetivo de “neutralizar” as instituições educacionais apresentar retrocessos mais imediatos e perceptíveis para a liberdade de cátedra e os direitos humanos, não se trata, apenas, do controle docente por meio da padronização do trabalho educativo. Subjaz, ao Escola Sem Partido, uma determinada concepção de educação e de sociedade que, à primeira vista, advoga pela reprodução da forma de organização social vigente. Os objetivos deste estudo foram: i) descrever e interpretar a proposta do movimento, bem como caracterizar os atores envolvidos; ii) identificar e problematizar o conceito de educação por ele sustentado. A metodologia empregada remete ao estudo qualitativo. Nesta direção, utilizou-se de pesquisa bibliográfica e de análise documental. O recorte temporal compreende desde a gênese do movimento, em 2004, até os dias de hoje. Os dados empíricos foram elaborados a partir de propostas de lei de âmbito federal relativamente ao Escola Sem Partido, do site do movimento e de material disponível no YouTube, sobretudo gravações de audiências públicas realizadas pela Câmara dos Deputados. Não raras vezes, o fenômeno é interpretado tão somente como empreendimento conservador no plano moral e como arroubo persecutório desordenado contra os setores progressistas. No entanto, verificou-se que o Escola Sem Partido se filia, de modo mais ou menos organizado e consciente, a um determinado projeto de sociedade ainda mais abrangente.El presente estudio examinó la relación entre la educación y el neoliberalismo considerando la experiencia del movimiento conocido como Escuela Sin Partido. Más especificamente, se investigó como el movimiento contribuye a la reproducción del orden social neoliberal. Lo nuevo no reside en el tema, sino que en el abordaje y en la problemática que orienta la investigación. A pesar del objetivo de “neutralizar” las instituciones educacionales presentar retrocesos más inmediatos y perceptibles para la libertad de cátedra y los derechos humanos, no se trata, solamente, del control docente por medio de la padronización del trabajo educativo. Subyace, al Escuela Sin Partido, una determinada concepción de educación y de sociedad que, en un primer momento, aboga por la reproducción de la forma de organización social vigente. En este estudio, los objetivos fueron: i) describir e interpretar la propuesta del movimiento, y también caracterizar los atores involucrados; ii) identificar y problematizar el concepto de educación sostenido en tal propuesta. La metodología utilizada consiste del estudio cualitativo. En este sentido, se utilizó de la investigación bibliográfica y del análisis documental. El recorte temporal comprende desde la génesis del movimiento, en 2004, hasta los días actuales. Los datos empíricos fueron elaborados a partir de propuestas de ley de ámbito federal relacionadas al Escuela Sin Partido, del site del movimiento y de materiales disponibles en YouTube, sobretodo grabaciones de audiencias públicas realizadas por la Cámara de los Diputados. No pocas veces, el fenómeno es interpretado tan solamente como iniciativa conservadora en el plan moral y como una persecución desordenada a los sectores progresistas. Sin embargo, se verificó que el Escuela Sin Partido se vincula, de modo más o menos organizado y consciente, a un determinado proyecto de sociedad más amplio