O protagonismo de um coletivo de trabalhadores(as) em saúde da cidade de Porto Alegre na interação com a violência : uma experiência exitosa em um pronto atendimento da rede do SUS

A presença da violência na interação social humana é um fato histórico. Há relatos de atos violentos desde a antiguidade como os massacres dos gladiadores na Roma antiga, passando pela inquisição na Idade Média e chegando aos dias atuais com chacinas e atentados terroristas. A violência sempre marcou a história com acontecimentos de grande impacto, porém há também a violência invisível do dia adia, como as que ocorrem dentro das instituições. No setor saúde a violência aumenta de proporção a partir do momento que a lógica de “espaço protegido” não se configura mais como uma realidade. No cotidiano dos serviços de saúde os trabalhadores atendem a populações com diferentes tipos de necessidades, muitas delas relacionadas a condições sociais como trabalho, renda, habitação, educação. Esse cenário é o pano de fundo de constantes situações de violência, que juntamente com os usuários, adentram os serviços de saúde e exigem dos profissionais a ressignificação do trabalho e a incorporação de tecnologias no atendimento às demandas diárias por cuidado. Neste contexto, este trabalho pretende, a partir de um estudo de caso, descrever a construção de trabalho Multiprofissional Colaborativo com o uso da ferramenta Acesso Mais Seguro (AMS). A implantação da ferramenta no Serviço de Pronto Atendimento Bom Jesus (PABJ), no município de Porto Alegre, contou com a parceria da Cruz Vermelha Internacional (CICV) ocorreu no período de junho de 2015 a setembro de 2017 e procurou instrumentalizar os profissionais para a interação com a violência