Efeitos do treinamento de força na pressão arterial de idosos pré-hipertensos e hipertensos : uma revisão sistemática

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) acomete cerca de 60% dos idosos no Brasil e demonstra ser um importante fator de risco para doenças cardiovasculares e mortalidade. O treinamento de força (TF) tem sido recomendado por importantes diretrizes como uma estratégia não-farmacológica para o tratamento e o controle da HAS. No entanto, pouco é conhecido sobre o impacto de distintas variáveis do TF (i.e. intensidade, número de séries totais por sessão, frequência semanal e período de intervenção) na pressão arterial (PA) em idosos pré-hipertensos e com HAS. O conhecimento sobre os possíveis benefícios do TF de acordo com a manipulação de suas variáveis pode demonstrar alternativas potencialmente eficazes e de baixo custo no controle da PA. Assim, o objetivo do presente trabalho é, através de uma revisão sistemática, investigar o efeito do TF na PA em idosos pré-hipertensos e hipertensos, bem como observar o impacto da manipulação das variáveis do TF nas respostas cardiovasculares. A busca foi realizada na base de dados PUBMED, além de busca manual em referências de estudos já publicados sobre o assunto. A pesquisa identificou 112 possíveis trabalhos, sendo que destes, 21 estudos foram selecionados por terem se adequado aos critérios de seleção, com 24 grupos de intervenção e 21 grupos controle, que. Foi verificado que o TF induziu reduções médias de PA sistólica (PAS) e PA diastólica (PAD), de -6,8 e -2,6mm Hg, respectivamente. Ainda, foi encontrado que reduções de maior magnitude ocorreram em hipertensos (PAS: -9,4mm Hg/PAD: -3,9mm Hg) do que em pré-hipertensos (PAS: -5,5mm Hg/PAD: -2mm Hg). Sobre as variáveis do TF, treinamentos em intensidades iguais ou superiores a 70%RM ou 12 repetições máximas promoveram maiores benefícios (PAS: -7mm Hg/ PAD: -3,5mm Hg); em relação ao número de séries por sessão (número de exercícios x número de séries), os grupos que realizaram 17 ou mais séries totais por sessão apresentaram maiores reduções em PAD (-3,2mm Hg), quando comparados aos grupos de menor volume (PAD:-1,5 mm Hg); frequência semanal de duas sessões de TF por semana parece promover adaptações crônicas semelhantes (PAS: -6,8mm Hg/PAD: -3,2mm Hg) a treinamentos realizados três vezes por semana (PAS: -6,9mm Hg/PAD: -2,8mm Hg). Por fim, é possível concluir que o TF, em idosos pré-hipertensos e hipertensos, se mostrou eficaz para a redução da PA e que a manipulação de variáveis do TF demonstra-se importante para que maiores benefícios sejam observados.The systemic arterial hypertension (SAH) affects about 60% of the elderly people in Brazil and it’s an important risk factor for cardiovascular diseases and mortality. The strength training (ST) has been recommended by important guidelines as a non-pharmacological strategy for the treatment and control of SAH. However, the knowledge about the impact of different ST variables (i.e. intensity, number of series, weekly frequency and intervention period) on blood pressure (BP) in the elderly people with pre-hypertension and hypertension is still little. The knowledge about the possible benefits of ST, according to the manipulation of its variables may demonstrate potentially cost-effective alternatives to BP control. Thus, the objective of the present project is, through a systematic review, to investigate the chronic effect of ST in BP in pre-hypertensive and hypertensive elderly, as well as to observe the impact of manipulation of the ST variables on the responses found. The search was performed in the PUBMED database, in addition to manual search in references of studies already published on the subject. The research identified 112 possible studies, of which, 21 studies were selected with 24 intervention groups and 21 control groups that fit the selection criteria. It was found that ST induced mean reductions of systolic BP (SBP) and diastolic BP (DBP) of -6.84 and -2.6 mm Hg, respectively. It was also found that reductions of greater magnitude occurred in hypertensive patients (SBP: -9.4 mm Hg /DBP: -3.9 mm Hg) than in pre-hypertensive patients (SBP: -5.5 mmHg /DBP: -2 mm Hg). On the variables of the ST, training at intensities equal to or greater than 70% RM or 12 maximal repetitions promoted greater benefits (SBP: -7mm Hg /DBP: - 3.5mm Hg); regarding the number of series per session, the group that performed 17 or more series presented greater reductions in DBP (-3,2mm Hg), when compared to the group of smaller volume (DBP: -1.5 mm Hg); weekly frequency of two sessions of ST per week seems to bring similar chronic adaptations (SBP: -6,8mm Hg/DBP: -3,2mm Hg) to trainings performed three times per week (SBP: -6,9mm Hg/DBP: -2,8mm Hg). Lastly, it’s possible to conclude that ST in pre-hypertensive and hypertensive elderly patients was shown to be effective for the reduction of BP, and that the manipulation of ST variables is important for greater benefits