O romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, se constrói na dimensão do livro, tematizando procedimentos de escrita, formato de edição, possíveis leitores, diferentes reações de leitura. A partir dessa base, Brás Cubas (enquanto narrador) apropria-se de obras da tradição e constrói metáforas a partir da imagem do livro. Para interpretar esses indícios de como a elite brasileira construía sua relação com o livro, a leitura e a tradição literária, é retomada a fortuna crítica acumulada (de José Veríssimo a Abel Barros Batista, tendo como referência principal Roberto Schwarz). Leva-se em conta a oposição forte na crítica literária entre uma leitura universalista preocupada em inserir Machado no cânone ocidental (sátira menip...