Tornar-se professora alfabetizadora : saberes necessários ao exercício da docência

Este trabalho tem como objetivo analisar alguns dos saberes docentes que foram necessários à prática docente em alfabetização, no estágio docente obrigatório do curso de Pedagogia da UFRGS no semestre 2016/2. A partir da análise documental dos diários de classe de seis professoras estagiárias da alfabetização, participantes do mesmo grupo de orientação do estágio, foram elencados saberes que se mostraram com maior ênfase no material. Apresentando-se como um estudo de caso, esse trabalho reúne como material empírico excertos das reflexões das professoras estagiárias em torno de suas práticas docentes em alfabetização. Inserido na linha teórica dos Estudos Culturais (EC), alguns autores que embasaram essa análise foram: Maurice Tardif que mesmo não vinculado aos EC, contribui com o conceito de “saberes docentes”; Luciana Piccoli e Patrícia Camini em relação às práticas de “alfabetização e letramento”; Maria Luísa Xavier e Maria Bernadete Rodrigues com “planejamento” e José Gimeno Sacristán em relação a “constituição do sujeito aluno”. As análises permitiram perceber três saberes necessários à constituição da professora alfabetizadora. O primeiro, “Conhecer e apropriar-se de conhecimento para alfabetizar e letrar”; o segundo, “Planejar como saber pedagógico indispensável à docência”; e o terceiro, “Propor práticas curriculares para constituir o sujeito aluno”. Em síntese, esta pesquisa reafirma que ser professora não é um dom! Tornar-se professora alfabetizadora, foco deste estudo, exige apropriação das diversas áreas de conhecimento com seus conceitos próprios; aprofundamento de estudos sobre planejamento didático pedagógico para propor modos de aprender esses conhecimentos, considerando os contextos e características dos alunos; compreensão de que a cultura escolar é um produção histórica e social, portanto, tornar-se al