Terrorismo de estado no México em 1968 : do massacre de Tlatelolco à luta por verdade, memória e justiça

Este trabalho analisa, através do conceito de Terrorismo de Estado, o massacre ocorrido em Tlatelolco, na cidade do México, no ano de 1968. Para tal objetivo, procura-se contextualizar historicamente a década de 1960, principalmente o ano de 1968, visto que este é reconhecido com um ano emblemático de contestações estudantis em vários países, incluindo o México. Também, procura-se analisar o movimento estudantil mexicano nesse contexto, seus sujeitos históricos, sua organização, suas correntes e demandas. Conjuntamente, busca-se examinar as ferramentas de repressão e espionagem utilizadas pelo governo do Partido Revolucionário Institucional (PRI) com o objetivo de liquidar o movimento estudantil, durante os meses de julho a outubro, até chegar no dia dois de outubro de 1968, data do massacre. Nesse sentido, atenta-se para a influência da Doutrina de Segurança Nacional exportada pelos Estados Unidos aos países latino-americanos a fim de combater o comunismo ou qualquer movimento de esquerda no período da Guerra Fria (1945-1989) Além disso, aponta-se as respostas dadas pelo Estado mexicano acerca do massacre e reflete-se a respeito da luta por verdade, memória e justiça de quem nunca esqueceu as vidas assassinadas. A pesquisa se baseou em alguns exemplares do jornal mexicano El Siglo de Torreón retirados da Hemeroteca digital do próprio veículo de comunicação; documentos da Defense Intelligence Agency (DIA) do acervo digital do National Segurity Archive; documentos da Dirección Federal de Securidad localizados no Archivo General de la Nación (retirados do livro El espionaje contra el movimiento estudiantil. Los documentos de la Dirección Federal de Seguridad y las agencias de inteligencia estadounidense en 1968 de Raúl Jardón)