Avaliação das assembleias de Drosophilidae (Insecta, Diptera) em área de Restinga no Município de Torres-RS

O organismo modelo Drosophila vem sendo utilizado em diversas áreas da biologia, como genética e evolução. Recentes estudos vêm apontando o emprego desse organismo também como um bioindicador ambiental. Apesar de sua posição de evidência, a diversidade da família Drosophilidae é insuficientemente conhecida, particularmente em determinados ambientes. Dessa forma, o objetivo principal desse trabalho foi avaliar a distribuição da biodiversidade de drosofilídeos no Parque Estadual de Itapeva. O local de amostragem situa-se no Município de Torres, Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em uma zona de justaposição das áreas de dunas, restinga e de mata paludosa. Apesar de ser uma área dentro de uma Unidade de Conservação, há presença de atividade agropecuária. Neste ambiente, foi realizada uma coleta por estação entre o verão de 2013 e o verão de 2014, com a colocação de 20 armadilhas. Também foram feitas coletas de potenciais recursos de oviposição. Na primeira coleta realizada no verão, o grupo da Drosophila melanogaster foi o mais frequente, sendo a espécie exótica Drosophila simulans, a mais representativa. A espécie invasora Zaprionus indianus foi a segunda mais abundante. Na coleta do outono, o grupo da D. melanogaster foi mais representativo, assim como no inverno e na primavera. Na segunda amostragem do verão, o grupo mais abundante foi o da Drosophila willistoni. Em trabalhos anteriores em áreas de restinga, também foi notada uma presença dominante de espécies exóticas. Nossos achados mostram a sensibilidade das assembleias de Drosophilidae para a caracterização do grau de conservação dos ambientes naturais