Uma educação inclusiva pela via da experiência e enunciados escolares acerca da diferença dos corpos

Neste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Pedagogia tive como objetivo fazer perguntas de como se constrói a necessidade de normalização do sujeito com deficiência em espaços regulares de ensino. Outra questão que fiz foi sobre as impressões de normalidade e anormalidade na perspectiva de quem convive com a diferença dos/nos corpos. Tais impressões podem ser modificadas se pensarmos a escola como espaço para experiência, mobilizada pela escola como comunidade e, sobretudo, pelo professor. Foram utilizados autores que pesquisam a educação especial na contemporaneidade brasileira (SASSAKI, BEYER, FREITAS, GAI) e outros autores propositivos em seus conceitos (FOUCAULT, LARROSA) e que ancoram e dão suporte a este estudo de cunho qualitativo. Desenvolveu-se um estudo que não é comparativo, não parte de amostras, não é avaliativo, não é cronologicamente descrito, pois mostra enunciados, e retira deles forças para construir argumentações acerca da temática estudada. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três pessoas que vivem o processo de inclusão no âmbito escolar. Convivi em diferentes períodos com as mesmas pessoas como estagiária de pedagogia e essas memórias apoiam as argumentações favoráveis à inclusão. Apresento também algumas cenas dos estágios não obrigatórios realizados ao longo da graduação e que possibilitam indicar a necessidade de inserção de espaços escolares inclusivos como campo de estágio da pedagogia. Faço a afirmação de que pode ocorrer a inclusão escolar desde que ocorra mudanças no processo de escolarização de pessoas com deficiência, uma vez que a escolarização prevê a experienciação de múltiplas formas de aprendizagem e vida. Uma educação inclusiva pode ser produzida pela via da experiência e os professores são muito importantes, uma vez que inventam outras didáticas e outros enunciados acerca da diferença dos corpos