Estudo da representação biológica da fauna silvestre na literatura infantil

A literatura infantil é dos meios de comunicação mais difundidos atualmente. Em sua essência ela traz elementos lúdicos que cativam e aproximam o leitor, contribuindo para sua formação pessoal e construção do caráter. Nesta linha de pensamento alguns autores escrevem obras com características emancipatórias ao seu público alvo. Ou seja, historias com caracter ísticas menos pedagógicas e que proporcionam ao leitor experiências e sensações importantes na sua formação. Desta forma passaram a ser alvo de histórias infantis várias temáticas de cunho biológico, tanto por retratarem temas de debate atuais, quanto por usarem personagens animais para atrair os leitores. A construção do texto infantil muitas vezes é realizada por um autor específico para essa faixa etária, preocupado com a escrita e veiculação da história adequada a esse público, mas que ignora alguns conceitos biológicos importantes. Assim, este trabalho buscou diagnosticar alguns erros conceituais comuns, por meio da análise de 29 livros infantis que atendiam aos seguintes critérios: público alvo constituído por crianças autô- nomas em suas leituras, publicação em língua portuguesa posterior a 2000 e que apresentassem temáticas biológicas em seu conteúdo. Ao analisar os conteúdos expostos nos livros foram encontrados inúmeros equívocos, assim como alguns exemplares que promoviam o conhecimento científico. Além de erros pontuais na anatomia e fisiologia animal, a caracteriza- ção dos animais com uma personalidade específica (muitas vezes permanente na espécie entre as histórias) e a antropomorfização de seus personagens foram bastante encontradas nas histó- rias. Em alguns casos os erros ultrapassavam momentos ou personagens e abrangiam a histó- ria como um todo, contribuindo para que o animal ou os processos ambientais envolvidos fossem vistos como algo negativo