O prejuízo no funcionamento psicossocial de pacientes com diferentes subtipos de transtorno alimentar

Objective: To examine psychosocial functioning in eating disorder (ED) patients with restrictive and purgative subtypes. Method: Forty-four adult female patients with a diagnosis of ED were divided into restrictive (RP) and purgative (PP) groups according the presence of purgative symptoms. Functioning was assessed using the Functioning Assessment Short Test (FAST) and the Global Assessment of Functioning Scale (GAF). Results: No differences were found in total FAST scores or in specific domains between the RP (39.58±11.92) and PP (45.75±11.75) groups (p = 0.19). However, PP showed more severe functional impairment than RP in the financial domain (p < 0.01). There were no differences in comorbidity with mood disorders, depressive symptoms, or general psychiatric symptoms between the two ED subtypes. Conclusions: The similarities found between PP and PR in overall functioning and in autonomy, cognition, work, interpersonal relationships, and leisure seem to reflect the use of an objective scale that corresponds to the clinical impression. In fact, the assessment of psychosocial functioning in ED patients using self- -report instruments requires careful consideration because results may reflect the egosyntonic nature of symptoms commonly observed in these patients, particularly in the restrictive subtype.Objetivo: Avaliar o funcionamento psicossocial de pacientes com subtipos restritivo e purgativo de transtorno alimentar (TA). Métodos: Quarenta e quatro pacientes adultas com TA foram divididas em grupos restritivo (RP) e purgativo (PP) conforme a presença de sintomas purgativos. O funcionamento foi avaliado com a Functioning Assessment Short Test (FAST) e a Global Assessment of Functioning Scale (GAF). Resultados: Não houve diferenças nos escores totais nem nos domínios da FAST entre os grupos RP (39,58±11,92) e PP (45,75±11,75) (p = 0,19). No entanto, o grupo PP demonstrou maior prejuízo funcional no domínio finanças (p < 0,01). RP e PP foram semelhantes em comorbidade com transtornos de humor, sintomas depressivos e sintomas psiquiátricos em geral. Conclusões: As semelhanças encontradas entre os grupos PP e RP no funcionamento geral e nos domínios autonomia, cognição, trabalho, relacionamentos interpessoais e lazer parecem refletir o uso de uma escala objetiva que corresponde à impressão clínica. De fato, é necessário cautela ao avaliar funcionamento psicossocial em pacientes com TA com escalas autoaplicáveis, porque estas costumam refletir a natureza egossintônica dos sintomas comumente observados nesses pacientes, especialmente no subtipo restritivo