As brincadeiras nas aulas de educação física e seus significados para as crianças

O objetivo desse estudo foi entender de que forma as crianças da Educação Infantil se apropriavam das brincadeiras propostas pelo professor de Educação Física e como construíam maneiras particulares de brincar nesse espaço da aula. Como metodologia realizei observações sistemáticas, durante três meses, nas aulas de Educação Física da Creche Francesca Zacaro Faraco. Dessas observações foram produzidos 23 diários de campo, os quais foram analisados juntamente com 9 diários de campo construídos no período em que lecionei na Creche. Foi possível perceber que as crianças desenvolviam brincadeiras dentro das brincadeiras orientadas pelos professores, ou ainda, desenvolviam brincadeiras paralelas às aulas. Em muitos momentos, essas apropriações iam contra a organização dos professores e eram consideradas “bagunça”. As brincadeiras propostas em aula eram reinventados pelas crianças com a intenção de torná-las mais atrativas. Uma brincadeira atrativa era aquela em que as crianças ganhavam destaque, eram desafiadas e obtinham sucesso. Para as crianças o professor representava alguém que deveria manter a justiça nas brincadeiras e um adulto que brinca. Estar atento para as lógicas do brincar das crianças permite uma ampliação do olhar sobre as aulas; compreender as motivações, as formas de apropriações e os significados que as crianças dão para as brincadeiras propostas, e também para o professor, pode diminuir a distância simbólica entre o adulto (professor) e a criança (aluno). Assim, é possível estabelecer diálogos e aproximações com os objetivos dos professores e os interesses das crianças com as brincadeiras e, dessa maneira, contribuir para bom andamento das aulas.The aim of this study was to understand how children from kindergarten appropriated the games proposed by Physical Education teacher and built as particular ways of playing in this space class. As methodology performed systematic observations during three months in physical education classes from Nursery Francesca Zacaro Faraco. These observations were made 23 field diaries, which were analyzed along with 9 field diaries built in the period in which I taught in Kindergarten. It could be observed that children developed games within the games targeted by teachers, or even developed parallel games to school. In many instances, these appropriations were against the organization and the teachers were considered "mess". The games in class proposals were reinvented by children with the intention of making them more attractive. A game that was attractive in that children gained prominence, were challenged and successfully obtained. For children the teacher represented someone who should maintain justice in plays and plays an adult. Being attentive to the logic of play allows children look at a magnification of classes; understand the motivations, forms of appropriations and the meanings that children make proposals for the games, and also for the teacher, can bridge the gap between symbolic the adult (teacher) and the child (student). Thus, it is possible to establish dialogues and approaches with the goals and interests of teachers of children with jokes and, thus, contribute to good progress in lessons