A dança afro ao encontro da educação popular

Partindo desta motivação, a ação mostrou a complexidade das atividades, e o reconhecimento das educadoras e dos educandos, em questão dos benefícios que as atividades de dança afro. Compreender o grupo como um lugar de observação na realização das oficinas, enxergar o corpo e a etnia, como um lugar de experimentação e conscientização, através de técnicas associadas a uma nova linguagem de ensinar. Com a demanda da lei 10.639/03 contemplar a história do povo negro nos estabelecimentos de ensino, também vai ao encontro, da educação das relações étnicas e raciais. Assim a educação informal, reconhece a necessidade de incluir a dança afro nos planejamentos educacionais de muitas instituições, pois através da dança afro, o educando pode apreender o resgate de sua identidade, se relacionar com o outro e respeitar as diferenças. Analisar, a partir de diálogos com as crianças nos encontros, que informações eles retém e estão aptos a relembrar para o grupo sobre a história e o significado do movimento da cultura afro-brasileira. Destacar aspectos relevantes (positivos e negativos), a partir da experiência docente da pesquisadora, que podem contribuir no ensino da cultura e dança afro-brasileira em contextos de ensino semelhantes (condição física, fatores que possam interferir na disponibilidade para participação). As danças que desenvolvir com as crianças, foram Maculelê, para que nós possamos dialogar sobre o que representa o Maculelê, conversar sobre a essência dessa dança, que tem toda uma simbologia, sobre a questão de luta, competição, respeito, confiança, ancestralidade e muitos outros valores que a dança contempla. Também trabalhei com o samba de roda, pois essa dança aborda o sistema de circularidade, a brincadeira, a raiz do samba, e a história de como o povo negro começou a transmitir esse ritmo. Conversamos sobre muitas outras danças afros, mas trabalharei somente esses dois ritmos, que com certeza servirá como uma ponte, a caminho de informação, historicidade e ancestralidade. Assim contemplamos as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana que tem como propósito a ação educativa de combate ao racismo e à discriminação. Seu princípio encaminha para a “conexão dos objetivos, estratégias de ensino e atividades com a experiência de vida dos alunos e professores, valorizando aprendizagens vinculadas às suas relações com pessoas negras, brancas, mestiças, assim como as vinculadas às relações entre negros, indígenas e brancos no conjunto da sociedade” (Brasília, DF, 2004, p.19). Conforme as Diretrizes, O ERER é um dos núcleos incluído nas diretrizes curriculares, que trabalha com o processo de inclusão dos educandos entre si, pois é necessário desenvolver técnicas para haver boas relações, nos estabelecimentos de ensino. Ensinando para os educandos as diferenças que existem, e que possam aceitar e respeitas as mesmas. Este trabalho de pesquisa é um estudo qualitativo, segundo (CHIZZOTTI, 1995, p.79) o modo qualitativo de pesquisa segue-se de um fundamento de que existe uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, havendo assim uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto”. A pesquisa aborda aspectos relacionados a dança afro, a ancestralidade, a identidade cultural e a simbologia dos movimentos em oficinas de dança. Tendo como princípio de conclusão a dança afro como vivência pessoal nos proporcionou, tanto quanto a mim, quanto aos educandos a consciência e o respeito da corporeidade, e permitindo haver um novo olhar para a cultura negra