Quem conta um conto... aumenta um ponto! marcas textuais nas escritas infantis

O presente trabalho decorre das experiências do Estágio de Docência do Curso de Pedagogia da UFRGS, realizado em uma turma de 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede estadual da cidade de Porto Alegre/RS, em 2010/1. Neste período foi desenvolvido um projeto de leitura e escrita baseado em versões dos contos de fadas clássicos. Desta prática nasceram as narrativas escritas, foco desta investigação. Portanto, o objetivo da mesma é analisar as marcas/traços de tais narrativas, identificando quais os vestígios das histórias lidas e ouvidas nessas escritas infantis. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, inscrita no campo da linguagem e da literatura infantil, com características de um estudo de caso, pois leva em conta o contexto específico em que o estudo se situa. O modo de tratamento dos textos constituintes deste trabalho apóia-se no paradigma indiciário, visto que busca o dado singular, o indício para construir interpretações possíveis. Esta pesquisa teve como mediadores teóricos autores como Sandoval Nonato Gomes-Santos, Mikhail Bakhtin, Maria Isabel H. Dalla Zen, entre outros. As análises permitiram confirmar a suposição de que há marcas nos textos escolares, que apontam efeitos/ecos do que já foi dito, ouvido, lido, evidenciando que os escreventes se apropriam de aspectos constituintes do gênero contos de fadas