Globalização - o estado e os governos saem de cena - será ?

O texto é um estudo de caso. A partir de um episódio ocorrido entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a rede Carrefour de supermercados, o estudo questiona uma afirmativa que tem sido disseminada como tendência inexorável da globalização: a derrocada da nação-Estado (ao que se pode acrescer os governos) enquanto ator relevante dos processos sócio-econômicos. O microcosmo analisado, acredita-se, repr oduz, como uma caixa de ressonância, os grandes debates da atualidade: redução versus reafirmação da atuação governamental, globalização livre versus regulamentada, tecnologia versus emprego, tipo e grau de responsabilidade social das corporações. Do impasse à solução, após várias rodadas de negociações, o termo de acordo final entre as partes restou inusitado, seja como exemplo da reafirmação do governo no exercício criativo das suas funções, seja como uma demonstração do mundo corporativo sobre novas mane iras de exercer a responsabilidade social. O trabalho é também um convite àqueles que se preocupam em aprimorar as novas formas de relações inter-institucionais.The text is a case study. Based on an episode which occurred between the Municipal Government of Porto Alegre and Carrefour supermarkets, the study questions a statement which has been disseminated as an inexorable trend of globalization: the defeat of the Nation-State (to which may be added governments), as a relevant actor in socio-economic processes. The microcosm analyzed, it is believed, reproduces like a resonance-box the great debates of these times: reduction versus reaffirmation of government action, free globalization versus regulation, technology versus employment, type and degree of social responsibility of corporations. From deadlock to solution, after several negotiation rounds, the final agreement between the parties was unusual, both as an example of government reaffirmation in carrying out its functions creatively and as a demonstration of the corporate world regarding new ways of fulfilling social responsibility. The paper is also an invitation to those who concern themselves with improving the new forms of inter-institutional relations