Biology, ecology and dynamics of pennant's swimming crab (Portumnus latipes) in the south of Portugal

Dissertação de mestrado, Biologia Marinha, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Univesrsidade do Algarve, 2015The sand crab (Portumnus latipes) is found on exposed sandy beaches of the north-east Atlantic and parts of the Mediterranean, where it burrows in the fine sand in the surf zone. Little is known of the biology and ecology of the species that is caught as by-catch in dredges and is an important prey of several commercial species such as sea bass (Dicentrarchus labrax), gilthead seabream (Sparus aurata) and white seabream (Diplodus sargus). Samples were taken bi-monthly between February and June 2015 in Faro beach, on the coast of the Algarve, southern Portugal. Individuals were collected using manual Ganchorra. Sampling for experimental fieldworks was carried out at low tide using Sardine pilchardus as a bait attached to metal stakes to attract the crabs that were then caught by hand. Female:male sex ratio was 1.56:1 and highest percentage of berried females was recorded between February and April. Fecundity values were 35.334, 45.201 and 26.448 for Stage I, II and III respectively. Number of eggs per gram of sample was constant across all sizes. Minimum and maximum length was 11.10 mm - 25.30 mm for males and 10.54 mm -21.85 mm for females. Estimated Von Bertalanffy growth parameters were ∞ = 34.83mm; K= 0.52y-1; t0= -0.41 and ∞ = 27,16mm; K= 0.74y-1; t0= -0.39y for females using ELEFAN implemented in the LFDA package. Markrecapture field studies recorded a density of 6 individuals per m2. Minimum distance at which there are no overlapping between traps was 10.6 m, with an area of attraction of 88.099 m2/trap. Portumnus latipes is widely distributed along the Portuguese coast. During an IPMA (Portuguese Institute for the Ocean and Atmosphere) survey, P. latipes was recorded from 3 to 28m depths, with greatest abundance at 3m and highest abundance per tow from the south coast of Portugal.No presente estudo o Caranguejo-de-areia, Portumnus latipes (Pennant, 1777), um crustáceo pertencente ao grupo dos decápodes, é estudado. Esta espécie possui uma distribuição geográfica no Nordeste do Oceano Atlântico e em algumas partes do Mediterrâneo, sendo tipicamente encontrado em praias de areia e zona de arrebentação (classificado com um organismo do “foreshore”). O Cranguejo-da-areia vive enterrado entre, 100 e 150 mm abaixo da superfície da areia, e provavelmente nada apenas acima da camada superficial. Podem ser capturados durante a baixa-mar, na zona de lavagem, onde as ondas quebram. São também muitas vezes capturados nas ganchorras utilizadas pelos pescadores de Conquilha (Donax spp.), sendo no ententanto considerado como uma espécie acessória. Pouco ainda se sabe acerca da biologia e ecologia desta espécie que serve como uma importante presa de várias espécies comerciais como o Robalo (Dicentrarchus labrax), a Dourada (Sparus aurata) e o Sargo (Diplodus sargus). A amostragem foi realizada bimensalmente, entre Fevereiro e Junho de 2015, na praia de Faro, na costa do Algarve, sul de Portugal. Pelo menos 60 indivíduos foram recolhidos em cada amostragem usando uma ganchorra manual, sempre durante marés vivas de baixa-mar. Durante a amostragem foram registados valores de temperatura e salinidade com um sensor (YSI oxygen, conductivity, salinity and temperature 85CE/10) e recolhidas amostras de sedimento para a análise de granulometria. No laboratório, todos os indivíduos foram classificados taxonmicamente, medidos, pesados e armazenados em recipientes de plástico em álcool 96%. Foi também determinado o sexo ( com base na morfologia do abdomém) e o estado de desenvolvimento dos ovos das fêmeas ovadas, segundo a sua cor coloração em que: I - amarelados; II – alaranjados; III – cinzentos. De cada estado de desenvolvimento foram selecionados 20 indivíduos, de diversos tamanhos, com a maior amplitude de comprimento possível, de forma a estimar a fecundidade desta espécie. Posteriormente, os ovos foram extraídos do abdómen das fêmeas e procedeu-se à contagem de uma subamostra de ovos com recurso a uma lupa binocular. O método de ELEFAN, implementado pelo software LFDA foi utilizado para estimar os parâmetros de crescimento desta espécie. Em paralelo, usando uma aproximação ao método de Schnabel, foram realizadas experiências de marcação e recaptura para estimar a densidade do P. latipes numa zona da praia de Faro. A estimativa da área de atração ao isco em que não houve nenhuma sobreposição entre armadilhas também foi calculada no mesmo local. A amostragem de campo foi realizada na zona de rebentação entre-marés com recurso à Sardinha (Sardina pilchardus) como isco para atrair os caranguejos às estacas de metal. Apenas alguns minutos foram necessários após a colocação do isco para que os caranguejos fossem apanhados à mão. Finalmente, em colaboração com o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) foi realizado um estudo sobre a distribuição, abundância e biomassa da espécie ao longo da costa portuguesa, desde Vila Real de Santo Antonio até Matosinhos, entre três zonas de pesca (noroeste, sudoeste e áreas do sul). Para análise da abundância e biomassa, utilizou-se o software SURFER. Relativamente aos resultados, a temperatura durante todo o período de estudo, variou entre 13,4 °C e 21,5 °C e a salinidade entre 36,0 psu e 36,6 psu. A análise dos sedimentos da área de estudo sempre correspondeu-se com um valor superior a 98% areia, predominantemente de areia fina. Um total de 899 indivíduos foram capturados durante as amostragens; o rácio entre fêmeas e machos foi de 1,56:1. A maior percentagem de fêmeas ovadas foi registrada entre Fevereiro e Abril, com decréscimos acentuados nos meses de Maio e Junho. O tamanho mínimo de fêmeas ovadas foi de 14,70 mm de comprimento de carapaça e 21,85 mm de comprimento máximo. Os valores de fecundidade observados foram de 35,334, 45,201 e 26,448 para os estágios I, II e III, respetivamente. Os modelos potencial e linear foram ajustados em função do tamanho dos indivíduos e para todos os estados de desenvolvimento dos ovos, escolheu-se o que tivesse a maior significância de r. O número de ovos por grama de peso total da fêmea, foi constante para todos os tamanhos dos indivíduos, refletindo a tendência horizontal. O número total de ovos por grama de fêmea estimado foi de 7711,1, 10004,0 e 4837,6 para os estágios I,II e III respectivamente. Em relação ao tamanho dos indivíduos, os comprimentos mínimos e máximos da carapaça variaram entre 11,10 mm e 25,30 mm para machos, e 10,54 mm 21,85 para fêmeas. Relativamente à análise de frequências de distribuições de comprimento, ambos os sexos foram representados por 2 coortes que corespondem a diferentes classes de idade. Os parâmetros de crescimento de Von Bertalanffy estimados foram ∞ = 34,83 mm; K = 0,52y-1; t0 =-0,41 para os machos e ∞= 27,16 mm; K = 0,74y-1; t0 = - 0,39y para as fêmeas. Uma densidade de 6 indivíduos por m2 foi estimada com o método de marcação e recaptura. A distância mínima em que não houve nenhuma sobreposição entre as estacas iscadas foi de 10,6 m, com uma área de atração de 88,099 m2/estaca iscada. Portumnus latipes foi registado com amplamente distribuído ao longo da costa portuguesa. Durante as campanhas do IPMA, a espécie foi capturada principalmente com Donax spp., em fundos de areia. Indivíduos desta espécie foram capturados em profundidades que variaram entre os 3 m e os 28 m, no entanto foi raramente capturado em profundidades superiores à 12 m. As estações de 3 m de profundidade, principalmente na costa Sul de Portugal, foram as que obtiveram os maiores valores de abundância para a espécie. Em relação aos valores de biomassa, os valores mais elevados foram registados no Algarve central na área costeira altamente influenciada pela Ria Formosa. Em duas destas estações foram registados os maiores valores de biomassa (72,53g e 70,91g) e número total de indivíduos capturados (42 e 35 ind). Por outro lado, também foram registados elevados valores de biomassa e de abundância nas zonas perto da Ria de Aveiro e do estuário do Tejo