Transição e continuidade do parque à cidade a própósito do parque natural do rio Seco

Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura, com a especialização em Arquitetura apresentada na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa para obtenção do grau de Mestre.O Rio Seco, na Ajuda assemelha-se, à primeira vista, a um lugar desinteressante e periférico com várias camadas temporais que escondem as suas potencialidades intrínsecas. É ao revelar estas camadas que chegamos ao significado da toponímia, o paradoxal rio que hoje corre oculto, e que este trabalho se propõe revelar, de forma a assumir-se como suporte do parque que fechará o anel verde e suporte de um novo pedaço de cidade que se espera se torne numa centralidade periférica. Assume-se o lugar como referência, revelando estratos do seu passado, subtraindo elementos e aproveitando-os nesta proposta numa metáfora de palimpsesto. Os edifícios existentes são “hospedeiros”, aos quais um “parasita” se vai agarrar e contaminar; é do lugar, no âmbito do parque, que é determinada a madeira como materialidade. A proposta incide sobre os limites do parque, um limite construído, um enquadramento arquitectónico, um limite contínuo e transitório, que una a dicotomia entre parque e cidade, possível com a reabilitação do edificado existente, através da adição de terraços, e com a adição de novas casas, propondo, deste modo, uma domesticidade que privilegie a transição parque/cidade e a relação ser humano/natureza.ABSTRACT: Rio Seco, in Ajuda, at a first glance, seems like an uninteresting and peripheral place with several temporal layers that hide its intrinsic potentialities. It is through revealing this layers that we get to the meaning of toponymy, the paradoxical river that actually flows hidden, and with this project it is proposed to be revealed, in a way of becoming the support of the park which will close the green ring and support of a new peripheral centrality. It is the place that is assumed as reference, revealing strata from the past, subtracting elements and re-using them in this proposal as a palimpsest metaphor; it is to the existing buildings, the hosts, to which this “parasite” will grasp and contaminate; it is from the place, within the scope of the park, that will determinate timber as materiality. The proposal focus upon the limits of the park, a built limit, architectonical framing, a continuous and transitory limit, which unites the dichotomy between park and city, possible through either the rehabilitation of existing built environment, with the addition of terraces; or with the addition of new houses, both with the proposition of a new domesticity which privilege the transition park/city and the relation human being/nature.N/