Morfologia e histologia do sistema reprodutor de Chironomus sancticaroli Strixino & Strixino, 1981 (Chinoromidae: Diptera) sob condições de laboratório

Orientador: Mario Antonio Navarro da SilvaCoorientadora: Silvana Maris CirioMonografia (Bacharelado) - Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Curso de Graduação em Ciências BiológicasResumo : Chironomidae (Diptera) apresenta estágio adulto reduzido, não ocorrendo alimentação em algumas espécies, realizando somente a reprodução. As informações disponíveis da morfologia do aparelho reprodutor do grupo são escassas, tornando-se relevante o estudo da biologia reprodutiva dos mesmos. A proposta deste trabalho é descrever a estrutura do sistema reprodutor dos adultos de Chironomus sancticaroli. Na análise da morfologia da terminália de ambos os sexos, machos e fêmeas foram fotografados no Taxonline. Para analisar o desenvolvimento do folículo ovariano, foram dissecados sob microscópio estereoscópico cinco larvas de quarto instar, cinco pupas e 10 fêmeas (5 recém-emergidas e 5 com 30 horas de emergência) e lâminas foram montadas e fotografadas em microscopia óptica. Para o estudo histológico foram utilizadas 30 fêmeas (10 sem cópula; 10 copuladas sem oviposição e 10 que realizaram oviposição) e 10 machos. Os espécimes foram então fixados em solução Dubosc-Brasil, e seguiram o processamento histológico de rotina. Foram realizados cortes histológicos de cinco micrômetros de espessura, e nas lâminas confeccionas foram aplicadas diferentes colorações para posterior avaliação em microscópio óptico. A partir do oitavo segmento abdominal de ambos os sexos é possível observar a genitália ou terminália. Nas fêmeas, o apódema vaginal é uma inserção muscular de músculos ligados aos ovidutos e os cercos modificados para auxiliar na oviposição. Nos machos, a principal característica são os parâmeros e claspetes e processos dorsais que o auxiliam a segurar a fêmea durante a cópula. As fêmeas desta espécie não emergem com os folículos maduros, os quais só amadurecem 30 horas após a emergência, com diferenças em relação ao amadurecimento entre o estágio de pupa e fêmeas recém-emergidas. No estágio de larva, não foi possível observar devido ao tamanho reduzido. O sistema reprodutor das fêmeas é formado por dois ovários do tipo politrófico meroístico; uma glândula acessória com epitélio prismático glandular com núcleos redondos e presença de conteúdo amorfo no lúmen; ovidutos com epitélio prismático alto ciliado com núcleos redondos e em torno do oviduto há tecido muscular; duas espermatecas com epitélio cúbico com núcleos redondos. Nas fêmeas sem cópula o abdômen está quase repleto de folículos contendo ovócitos e trofócitos, estes envoltos por células foliculares cúbicas com núcleos redondos. Nas fêmeas copuladas sem oviposição observa-se o abdômen repleto de folículos em um estágio mais avançado com ovócitos, um menor número de trofócitos envoltos por células pavimentosas com núcleos elípticos e espermateca com espermatozóides. Nas fêmeas com oviposição existem ainda folículos, mas em menor quantidade quando comparado com as outras fases, presença de ovaríolo com um folículo maduro, um folículo imaturo e um não desenvolvido, sugerindo talvez que esta espécie pode apresentar mais de uma oviposição e presença de espermatozóides na espermateca. O aparelho reprodutor dos machos possui testículos sem epitélio germinativo, estando repletos de espermatozóides; vasos deferentes e vesículas seminais com epitélio cúbico baixo com núcleos redondos, apresentando na luz uma grande massa de espermatozóides; ducto ejaculatório com epitélio prismático e secretor, este substitui a glândula acessória que não está presente, no lúmen observa-se um conteúdo hialino. Alterações apenas na quantidade de trofócitos e morfologia das células foliculares são observadas nas fêmeas e nos machos sem alterações, pois ambos os sexos emergem com gametogênese completa, não se alimentando e utilizando a reserva do estágio larval