Levantamento da helmintofauna de serpentes peçonhentas no Estado do Paraná

Orientadora: Vanete Thomaz SoccolDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências AgráriasResumo: Foi realizado o levantamento da helmintofauna de nove espécies de serpentes peçonhentas do Estado do Paraná. Os animais eram provenientes do serpentário do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos da Secretaria de Estado da Saúde. Exames coproparasitológicos e necroscópicos foram realizados durante o período de setembro de 1993 a dezembro de 1998. Três métodos de exames coproparasitológicos foram realizados: Direto, de Flutuação (Willis & Mollay, 1921) e de Sedimentação Simples (Hoffmann, Pons & Janer, 1934). Dos 90 exames realizados, 43 amostras eram provenientes de Bothrops jararaca, 12 de Crotalus durissus, 11 de Bothrops moojeni, nove de Bothrops neuwiedi, sete de Bothrops jararacussu, sete de Bothrops alternatus e uma de Bothrops cotiara. Os resultados encontrados foram que 91,12% dos exames estavam positivos. De todos os exames, 82,22% apresentavam ovos de Oxyuroidea, 20,00% ovos de Strongyloidea, 13,33% ovos de Ascaroidea, 12,22% ovos de Hymenolepididae, 11,11% oocistos de Eimeria, 10,00% larvas rabditóides, 5,55% ovos de Rhabdiasoidea, 5,55% ovos de cestodas e 1,11% ovos de Spiruroidea. Foram realizadas 165 necropsias, sendo 95 em Crotalus durissus, 30 em Bothrops jararaca, 12 em Bothrops jararacussu, 11 em Bothrops neuwiedi, oito em Bothrops moojeni, quatro em Micrurus frontalis, três em Bothrops alternatus e duas em Micrurus coralinus. Foram encontradas oito espécies de parasitos em 41,21% das serpentes (68 animais): Rhabdias vellardi foi encontrado em 35,29% dos exames, Ophidascaris trichuriformis em 29,41%, Hexametra quadricornis em 22,05%, Kalicephalus inermis em 16,17%, Ophidascaris spp. em 11,76%, Porocephalus crotali em 8,82%, Polydelphis quadrangularis em 7,35% e Zeferinella vazi em 1,47%. Após a obtenção destes dados, todas as serpentes do cativeiro foram tratadas com solução injetável de ivermectina 1%, na dose de 200 µg/kg, diluída em 1:10 em propilenoglicol, por via subcutânea. Medidas de limpeza das caixas de contenção foram adotadas para prevenir a contaminação interna no serpentário.Abstract: A study of the helminthfauna of nine species of poisonous snakes of the State of Paraná was made. The animals were from Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos da Secretaria de Estado da Saúde. Copropasitological and necroscopical exams were made between September of 1993 and december of 1998. Ninety fecal samples were collected and examined by three methods of coproparasitological exam: Direct smear, Flotation (Willis & Mollay, 1921) and Sedimentation (Hoffmann, Pons & Janer, 1934). Forty-three exams were from Bothrops jararaca samples, 12 Crotalus durissus, 11 Bothrops moojeni, nine Bothrops neuwiedi, seven Bothrops jararacussu, seven Bothrops alternatus and one Bothrops cotiara. The results were the following: 91,12% were positives, and 82,22% of all exams had Oxyuroidea eggs, 20,00% Strongyloidea eggs, 13,33% Ascaroidea eggs, 12,22% Hymenolepididae eggs, 11,11% Eimeria oocysts, 10,00% rabditoids larvae, 5,55% Rhabdiasoidea eggs, 5,55% Cestoda eggs and 1,11% Spiruroidea eggs. One hundred sixty five necropsies were made, 95 exams being in Crotalus durissus, 30 in Bothrops jararaca, 12 in Bothrops jararacussu, 11 in Bothrops neuwiedi, eight in Bothrops moojeni, four in Micrurus frontalis, three in Bothrops alternatus and two in Micrurus coralinus. Eight parasites species were found in 41,21% of the snakes (68 individuals): Rhabdias vellardi was recovered in 35,29% of the exams, Ophidascaris trichuriformis in 29,41%, Hexametra quadricornis in 22,05%, Kalicephalus inermis in 16,17%, Ophidascaris spp. in II,76%, Porocephalus crotali in 8,82%, Polydelphis quadrangularis in 7,35% and Zeferinella vazi in 1,47%. After the data collection, every captive snake was treated with a solution of ivermectin 1%, diluted 1:10 in propilenoglicol, administered subcutaneously, on the dosage of 200 µg/kg. The cleaning of the captive cages was made to prevent internal contamination of the vivarium