A qualidade do cuidar e educar na educação infantil: ressignificação das concepções teóricas dos profissionais

A incorporação da Educação Infantil na educação básica provocou debates sobre sua função social e as competências necessárias para o exercício profissional. No Brasil, a organização das instituições de Educação Infantil foi marcada pela polarização entre assistência e educação, porém o assistencialismo teve uma proposta educacional voltada para a submissão das crianças pobres. O cuidar e educar são dimensões indissociáveis. Os objetivos desta pesquisa foram identificar e analisar os significados atribuídos a profissão e as concepções teóricas dos profissionais sobre a criança e o cuidar e educar. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, descritiva, que teve o relato escrito como instrumento de coleta de dados. Foi realizada em três instituições com 40 sujeitos. Os resultados indicaram concepções distintas sobre a natureza da criança: nasce predestinado (as possibilidade do conhecimento são dadas na bagagem hereditária); nasce como uma tábula rasa e o meio vai moldando; capaz, completa e ativa que constrói na relação com o outro suas aprendizagens, produz cultura. Constatou-se o predomínio da representação do trabalho como ambiente educativo e o cuidado como inerente à função feminina. A definição da identidade profissional oscilou entre a maternagem e a escolarização. Faz-se necessário ressignificar as concepções teóricas, entender o cuidado como um conceito referente a uma dimensão da afetividade e não como atributo natural das mulheres.Transformações nas práticas cotidianas que qualifiquem o cuidar e educar dependem de mudanças profundas no mundo conceitual dos professores