Genótipos de sorgo com potencial para sacarificação.

Entre as novas fontes de biomassa com características ideais para atender os desafios de sustentabilidade e utilização alternativa aos recursos fósseis, encontra-se o sorgo biomassa como uma fonte promissora para a obtenção do etanol de segunda geração. Neste processo de bioconversão da biomassa lignocelulósica em etanol, a principal etapa consiste em estabelecer um pré-tratamento adequado para remover lignina, hemicelulose e reduzir a cristalinidade, bem como o grau de polimerização da celulose, para torná-la mais susceptível à hidrólise enzimática e, consequentemente, à produção de açúcares. O objetivo do trabalho foi analisar a composição química e o potencial de sacarificação de cinco genótipos de sorgo desenvolvidos pela Embrapa e com características bioenergéticas diferentes, sendo dois genótipos de sorgo biomassa tipo bmr (201552B003 e 201552B18), um híbrido biomassa comercial (BRS716), uma linhagem comercial de sorgo sacarino (BRS511) e um genótipo experimental biomassa-sacarino (201641B-138). Os genótipos foram caracterizados quanto aos teores de celulose, hemicelulose, lignina, cinzas e rendimento de glicose após hidrólise enzimática da biomassa (sacarificação). Os dois genótipos de sorgo biomassa bmr e a linhagem comercial de sorgo sacarino (BRS511) apresentaram os menores teores de lignina, porém os genótipos de sorgo bmr apresentaram os maiores teores de hemicelulose. A conversão da biomassa pré-tratada em glicose foi mais eficiente para os genótipos 201552B003, 201552B18 e BRS511, sendo que o genótipo 201552B003 destacou-se por apresentar o maior teor de glicose após 72 horas de sacarificação (0,166 g.g-1). Esses resultados contribuem com informações para a utilização do sorgo biomassa como fonte de matériaprima para a obtenção de açúcares fermentescíveis para produção de bioetanol