Prática pedagógica alfabetizadora: a aquisição da língua escrita como processo sociocultural

O presente estudo objetiva analisar o processo de aquisição da língua escrita, enfocando seu papel na escola e na sociedade, bem como enfatizando os significados do letramento no processo de alfabetização. Analisa, também, alguns conceitos-chaves (língua escrita, aprendizagem e alfabetização) relacionados ao aprendizado do ler e do escrever. Lembrando, ainda, que esse aprendizado envolve o professor e o aluno em situações interativas, empreendendo, inclusive, uma discussão sobre o papel do aluno, o papel do professor e da intervenção pedagógica. Portanto, o estudo tem como questão central: Como a criança da classe popular se apropria da língua escrita? Trata-se de reflexões resultantes de estudo empírico, do tipo etnográfico, realizado numa escola pública, envolvendo professores alfabetizadores. O texto, portanto, está organizado de modo que, a princípio faz análises acerca da especificidade do processo de alfabetização. Na seqüência, apresenta uma discussão sobre as questões metodológicas do processo de aquisição da língua escrita e conclui indicando a necessidade de investimentos na competente formação do professor alfabetizador contemplando os saberes gerais sobre a educação/ensino e os saberes específicos à prática docente alfabetizadora. Além disso, constata que a criança de classe socialmente desfavorecida é capaz, também, de aprender a ler e a escrever. As discussões feitas ao longo deste estudo dão conta de importantes avanços nas produções teóricas a respeito do processo de alfabetização. Esses avanços estão, portanto, a requerer do professor alfabetizador um repertório de conhecimentos relacionados à especificidade do processo de aquisição da língua escrita. São conhecimentos que se referem tanto aos saberes concernentes à natureza da alfabetização, quanto à ação pedagógica nesta área