A MORTE DE ATALA: PROJEÇÃO E DIÁLOGO EM IRACEMA

Neste artigo, será desenvolvido um estudo comparativo entre Atala (1801), de Chateaubriand e Iracema (1865), de José de Alencar. A primeira obra é fruto de uma viagem de formação feita pelo “inventor da América” aos Estados Unidos e à fronteira canadense em 1971. A obra de Chateaubriand, incluindo Atala, é o resultado de sua viagem. Ela aumentou o interesse pela América retomando as experiências e as narrativas de viagem dos exploradores, dos missionários, dos viajantes e dos naturalistas, assim como das imagens das florestas virgens, dos rios, etc. de Chateaubriand. A segunda obra é resultado de leitura exaustiva de narrativas de viagem e da obra literária de Chateaubriand. A presente análise enfatizará a morte das personagens, visando uma hipótese sob a perspectiva de Chateaubriand como modelo para o romantismo alencariano, reconhecendo implicitamente um legado do escritor francês na tradição, no percurso da afirmação da prosa romântica na literatura brasileira. O viés de comparação da morte nas duas narrativas contemplará o significado estético desta no contexto romântico do chamado mal do século. Para tanto, nos orientamos, basicamente, nas concepções de influências de Claudio Guillén (1959) no tocante à reflexão sobre o ato criativo, bem como o domínio da influência na gênese da obra e desta como parte da experiência do escritor. Partindo da influência entre textos, convém trilharmos uma análise concentrada em alguns princípios dos estudos de Simon Jeune (1968)