Este artigo pretende discutir o papel emancipatório, de caráter estético, social e político, desempenhado pela arte moderna europeia no início do século XX. Tomaremos como exemplar a produção artística de uma das vanguardas do período, o surrealismo “provinciano” do pintor belga René Magritte, como exemplo elucidativo de uma arte verdadeiramente comprometida com a articulação formal de modos alternativos de representação de determinada realidade sócio-histórica. A partir do diálogo informado que estabelece com a tradição artística internacional que a precede, a estética magrittiana revelar-se-á modelar, no que tange a ambição do projeto modernista como um todo, e didática, como referência às futuras poéticas artísticas que se pretendem igua...