GEOMORFOLOGIA DOS MACIÇOS COSTEIROS DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA, CEARÁ

Os relevos cristalinos presentes no nordeste setentrional brasileiro correspondem comumente às áreas de expressão plutônica da Província Borborema. Estas morfologias estão associadas às zonas de cisalhamento, que serviram de condutos crustais às intrusões. Dessa forma, os maciços, que constituem o objeto de análise, encontram-se localizados dispostos preferencialmente ao longo de zonas de deformação, onde têm exercido influência nas direções de fraturamento e dissecação. O presente trabalho propôs a análise da evolução geomorfológica dos maciços costeiros localizados na Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará, com enfoque nos relevos de Juá/Conceição, Camará, Maranguape e Aratanha, a partir do sensoriamento remoto. O percurso metodológico contemplou a revisão bibliográfica e cartográfica, o processamento digital de imagens e os trabalhos de campo. A análise das variáveis litologia/fraturamento/altitude se deu mediante a extração de lineamentos estruturais obtidos pelos dados SRTM 30m. Nesse cenário, foi realizada a análise do contexto tectônico, estrutural e litológico para a disposição dos maciços, destacando a importância da erosão diferencial. Os resultados apresentaram lineamentos de direções NE–SW, N–S e NW–SE nas unidades litoestratigráficas da Unidade Canindé do Ceará (CC), do Arco Magmático Santa Quitéria (AMSQ) e dos Granitoides Diversos (GD). Os setores fraturados, com maior densidade, estão localizados no embasamento encaixante e acompanham as regiões com falhas e/ou fraturas, delineando as superfícies de erosão. No caso dos granitoides, a baixa densidade de feições lineares, em consonância com sua resistência litológica, responde pelos altos topográficos que estão vinculados às cristas residuais, necks vulcânicos e maciços.