As ciências sociais, que tinham a pretensão de antecipar os acontecimentos, mostraram-se muitas vezes em atraso sobre eles. Defraudaram a sua vocação ao pensar que deviam dirigir o mundo e dar-lhe um rumo certo, um rumo que era inerente à história do Ocidente, à maneira como este sempre se concebeu, em virtude das suas raízes judaico-cristãs: o rumo da cidade celeste (Santo Agostinho), o do controlo da natureza (Descartes), o da imposição da liberdade (Rousseau), o do reino dos fins como resultado da autonomia da vontade (Kant), o da perfectibilidade do Homem (Condorcet), o do estado positivo (Comte), o da emancipação do Homem (Marx), o dos princípios de justiça (Rawls). É como se o Ocidente não pudesse conhecer outro caminho do que aquele ...