Avaliação da atividade antihipertensiva e antifibrótica do extrato aquoso de folhas de Passiflora nitida em ratos normotensos e hipertensos renais

A hipertensão arterial é uma patologia que resulta de diversas anomalias dos mecanismos fisiológicos de controle da pressão arterial, sendo um deles a disfunção endotelial, a qual resulta da inibição da vasodilatação induzida por óxido nítrico (NO), um importante vasodilatador endógeno. Tal efeito é resultado do fenômeno conhecido como estresse oxidativo, desencadeado pelo desequilíbrio entre sistemas antioxidante e pró-oxidante endógenos, com prevalência da ação de espécies reativas de oxigênio (EROs) e nitrogênio que reduzem a biodisponibilidade do NO e causam lesões em órgãos alvos como coração, rins e vasos sanguíneos. Tendo em vista a grande prevalência de população hipertensa no Brasil (cerca de 23%), do alto custo para o tratamento dessa demanda e dos efeitos deletérios dessa patologia, a qual é responsável por 33% dos óbitos com causas conhecidas de doenças cardiovasculares, torna-se relevante a busca de tratamentos eficazes, de baixo custo e seguros para o seu tratamento. Dentre as ferramentas disponíveis para identificação de novos fármacos, destaca-se a busca de moléculas bioativas com potencial farmacoterapêutico a partir de matérias primas vegetais comumente utilizadas na medicina popular. Das plantas da região amazônica utilizadas com finalidade medicinal pela população e identificadas botanicamente por nosso grupo de pesquisa, podemos citar a Passiflora nítida Kunt (Passifloraceae). Esta espécie, conhecida popularmente como maracujá-do-mato, cresce em vegetação secundária e possui frutos que são consumidos como alimento in natura e também utilizados para o tratamento de distúrbios gastrointestinais. Estudos baseados na administração endovenosa de extratos de folhas foram realizados em outras espécies da família Passiflora e detectaram a presença de substâncias com efeito vasodilatador. Além disso, propriedades antioxidantes têm sido atribuídas à família Passiflora. Pretendemos neste estudo investigar o potencial antihipertensivo e inibidor do remodelamento cardíaco do extratos aquoso das folhas de Passiflora nitida em animais normotensos e hipertensos 2R-1C. Os animais serão tratados por via oral (500mg/Kg) por 21 dias e terão sua pressão arterial determinada através de medidas indireta (pressão sistólica) e direta (pressão arterial pulsátil e frequência cardíaca). Serão ainda realizados ensaios de reatividade vascular aórtica para avaliação do potencial vasodilatador do extrato, além de análises morfológicas para avaliação da estrutura cardíaca e conteúdo de colágeno.CNP