Athlete's Heart vs. Hypertrophic Cardiomyopathy and Markers of Myocardial Necrosis in Volleyball Players

Dissertação de Mestrado em Medicina do Desporto apresentada à Faculdade de MedicinaOs atletas de alta competição estão submetidos a treinos cada vez mais prolongados e intensos que poderão induzir alterações estruturais e funcionais cardíacas adaptativas. A síndrome do coração de atleta é, porventura, a mais conhecida dessas alterações exibindo respostas adaptativas como a hipertrofia ventricular esquerda, considerada benigna e sem necessidade de intervenção. Não obstante, pode existir alguma sobreposição entre algumas adaptações no coração de atleta e alterações patológicas como ocorre com a miocardiopatia hipertrófica, podendo ser difícil distinguir estas duas condições. O presente trabalho tem como objetivo analisar alterações estruturais e funcionais cardíacas em voleibolistas de alto rendimento (após competição e em repouso), comparando-os também com doentes com miocardiopatia hipertrófica, portadores de cardioversor-desfibrilhador implantável (N=10). Foram analisados 10 voleibolistas da seleção nacional de Portugal e/ou da 1ª divisão do respetivo campeonato nacional. Para além da frequência cardíaca e da pressão arterial foram analisados dados provenientes de electrocardiograma, ecocardiograma e de amostras sanguíneas, estas para recolha de biomarcadores de necrose ou stress miocárdico (Troponina I de alta sensibilidade e Peptideo Natriurético tipo B - BNP). Os resultados obtidos sugerem que os voleibolistas de alto rendimento, na fase de competição, evidenciam elevação dos marcadores de necrose miocárdica que poderá ser secundária ao exercício físico intenso. No entanto, a elevação destes biomarcadores é significativamente maior nos doentes com miocardiopatia hipertrófica. A determinação destes biomarcadores poderá ser útil para a distinção entre “coração de atleta” e MCH, particularmente em que o diagnóstico diferencial seja difícil.High-level athletes are subjected to increasingly prolonged and intense training that may induce adaptive structural and functional cardiac changes. Athlete's heart syndrome is perhaps the most well-known of these alterations exhibiting adaptive responses such as left ventricular hypertrophy, considered benign and without intervention. However, there may be some overlap between some adaptations in the athlete's heart and pathological changes such as hypertrophic cardiomyopathy, and it may be difficult to distinguish these two conditions. The aim of the present study is to analyze cardiac structural and functional changes in high-performance volleyball players (after competition and at rest) and to compare them with patients with hypertrophic cardiomyopathy with implantable cardioverter defibrillators (N = 10). We analyzed 10 volleyball players of the national team of Portugal and / or the 1st division of the respective national championship. In addition to heart rate and blood pressure, data from electrocardiogram, echocardiogram and blood samples were collected to collect biomarkers of necrosis or myocardial stress (high sensitivity Troponin I and Natriuretic Peptide Type B - BNP). The results suggest that high-performance volleyball players, during the competition phase, showed an increase in markers of myocardial necrosis that may be secondary to intense physical exercise. However, the elevation of these biomarkers is significantly higher in patients with hypertrophic cardiomyopathy. The determination of these biomarkers may be useful for distinguishing between "athlete's heart" and MCH, particularly where the differential diagnosis is difficult