Efeitos da indução miofascial do quadrado lombar na orientação postural em indivíduos com acidente vascular cerebral

Introdução: Após um acidente vascular cerebral (AVC) é comum persistirem alterações sensoriomotoras, a destacar alterações do controlo postural (CP). Atendendo que o tecido conjuntivo do sistema fascial é altamente plástico em função das forças de tensão a que está sujeito, será de esperar a existência de alterações na arquitetura fascial decorrentes das alterações motoras, podendo por sua vez influenciar o esquema corporal que serve de base para o CP e movimento. Apesar da interconectividade do sistema fascial e da sua rica inervação, existe ainda pouca evidência acerca da forma como as técnicas miofasciais influenciam o CP. Objetivo: Analisar os efeitos imediatos e após 24 horas de uma técnica de indução miofascial do quadrado lombar na orientação vertical de indivíduos em fase crónica pós AVC, na postura de pé. Métodos: Foi desenvolvido um estudo randomizado controlado, duplamente cego, no qual participaram 10 indivíduos de ambos os sexos, em fase crónica pós evento vascular único no território da artéria cerebral média, com tempo de evolução após AVC de 6-48 meses. Os participantes foram alocados em dois grupos: o grupo de indução miofascial submetido ao procedimento de indução miofascial do quadrado lombar e o grupo placebo submetido ao procedimento placebo. Foi estudada a orientação postural vertical pela análise, no plano sagital, de ângulos da coluna cervical, torácica e lombar e da pélvis recorrendo ao software Qualisys Track Manager. Estatisticamente recorreu-se ao teste de Mann-Whitney, para análises entre grupos, e ao teste de Wilcoxon, para análises intra-grupo, com um nível de significância de 0,05. Resultados: Os resultados obtidos evidenciaram variabilidade entre os participantes, não se tendo observado diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos, nem no imediato, nem após 24 horas. Conclusão: Estes resultados sugerem que a indução miofascial do quadrado lombar parece não influenciar a orientação vertical de indivíduos com AVC na postura de pé, quer imediatamente após a realização da técnica quer após 24h. No entanto, atendendo o baixo n amostral, esta conclusão carece de maior análise