Fibrose do fígado e Capillaria hepatica em ratos: efeito paradoxal nas infecções repetidas

Multiple exposures to parasitic agents are considered an important factor in the genesis of the most severe forms of the diseases they cause. Capillaria hepatica-induced septal fibrosis of the liver in rats usually runs without signs of portal hypertension or hepatic failure. After determining the hepatic profile of 15 animals during the course of a single infection, we submitted 20 rats to multiple Capillaria hepatica infections to determine whether repeated exposures would augment fibrosis production, transforming septal hepatic fibrosis into a true cirrhosis. Ten single-infection rats served as controls. A total of 5 exposures, with 45-day intervals, were made. Histological changes were followed by means of surgical liver biopsies, collected prior to infection and to each re-infection. Functional changes were minimal and transient. Although a slight recrudescence of fibrosis was observed after the first two re-infections and when the single-infected control group was re-infected at the end of the experiment, subsequent re-infections failed to increase the amount of fibrosis. On the contrary, there occurred quantitative and qualitative evidence of collagen degradation and suppression of parasite development. These paradoxical results are in keeping with the hypothesis that a complex immunological modulation participates in the mechanism of hepatic fibrosis induced by Capillaria hepatica infection in rats.As infecções repetidas são consideradas um importante fator na patogenia das formas mais graves das doenças causadas por parasitos. A fibrose da hepatopatia causada por Capillaria hepatica em ratos cursa na ausência de sinais de hipertensão porta ou insuficiência hepática. Depois de determinar o perfil hepático em 15 animais durante o curso de uma infecção, submetemos 20 outros ratos a infecções repetidas, numa tentativa para produzir formas mais graves, com excesso de fibrose e evolução para a cirrose. Ao todo foram feitas cinco infecções, com intervalo de 45 dias entre as mesmas. As alterações foram seguidas através biópsias hepáticas tomadas antes da infecção e de cada re-infecção. Um grupo controle, com infecção simples foi usado para comparação. As alterações funcionais foram mínimas e transitórias. Embora tenha sido notado um ligeiro aumento da fibrose na 2ª e 3ª re-infecções ou quando o grupo controle foi re-infectado ao término do experimento, as infecções repetidas não causaram aumento da fibrose. Pelo contrário, foram observados sinais de degradação da fibrose e de interferência com o desenvolvimento parasitário. Estes resultados paradoxais apóiam a sugestão de que um complexo mecanismo de modulação imunológica está envolvido na produção da fibrose hepática induzida pela Capillaria hepática em ratos