Sentidos subjetivos : impulsos para superação das dificuldades de aprendizagem da criança em contexto inclusivo

Monografia (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, 2011.A presente pesquisa teve como objetivo analisar a relação entre os sentidos subjetivos e a aprendizagem da criança com necessidades educacionais especiais, ao ponto deles se constituírem em impulsos e processos motivacionais que incentivam, ou não, o sujeito que aprende a superar a condição limitante que o social impõe sobre o individual. Dessa forma, escolheu-se como aporte teórico as concepções sobre o desenvolvimento humano defendidas pelo principal representante da Teoria Histórico-cultural – Lev Semionovitch Vigotski, assim como a Teoria da Subjetividade defendida por Fernando González Rey, que tem como momento marcante para esse estudo a categoria Sentido Subjetivo. Acredita-se, portanto, na necessidade de um estudo que seja capaz de responder a algumas questões que envolvem o sujeito incluído no processo de ensino-aprendizagem. Essa pesquisa serve como momento de reflexão dos educadores, ao possibilitar o aprimoramento da análise do processo de aprendizagem dos alunos incluídos na intenção de formular alternativas pedagógicas que possibilitam a efetivação de um ensino diferenciado e uma educação significativa. Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, escolheu-se como metodologia o estudo de caso de uma criança com necessidades educacionais especiais em contexto de inclusão observada nos anos de 2009 e 2011. Os instrumentos utilizados para produção dos dados foram Observação, Entrevista com as professoras da criança e Análise Documental. Foi verificada a influência do olhar do educador frente a aprendizagem da criança com necessidades educacionais especiais como forte fator que impulsiona, ou não, a criação dos sentidos subjetivos no educando, essencialmente pela subjetividade frente a deficiência. Quando a criança é vista e se sente vista como sujeito ativo no aprender, ela produz sentidos subjetivos que motivam a superação do seu limite, principalmente através de uma relação afetiva de confiança com o Outro. De tal forma, ela cria diversos caminhos que a levarão até o aprender. No caso específico da criança-sujeito dessa pesquisa, esses caminhos se caracterizam pela forte presença de alternativas de comunicação e relacionamento que, por meio do afeto, superam o fator predeterminante do biológico e do olhar social limitante