Tripé macroeconômico brasileiro : fundamentos e alternativas sob a ótica desenvolvimentista contemporânea

O objetivo desse trabalho é fazer uma abordagem crítica do arcabouço teórico que fundamenta o regime macroeconômico vigente na economia brasileira a partir de 1999, ou seja, o tripé macroeconômico. Tal regime está pautado pelo Novo Consenso Macroeconômico (NCM), uma junção das teorias novo-clássica e novo-keynesiana, e consiste num regime de metas inflacionárias, metas de superávit primário e câmbio flutuante. Para fazer a abordagem crítica e mostrar possíveis alternativas a este regime utilizou-se a teoria desenvolvimentista em suas vertentes contemporâneas. A corrente novo-desenvolvimentista argumenta em favor de um modelo export-led, em que a política cambial possui um papel fundamental para o desenvolvimento. Por outro lado, o social-desenvolvimentismo defende a centralidade do papel do Estado e do mercado interno, de modo que o investimento público e o gasto público direcionado a combater a desigualdade social se mostram como os principais instrumentos para a superação do subdesenvolvimento. Por fim, buscou-se tecer críticas ao tripé macroeconômico brasileiro sob a ótica dessas duas vertentes do desenvolvimentismo contemporâneo, mostrando que este regime macroeconômico possui fundamentos teóricos e operacionais descolados da realidade de um país periférico e que pouco contribuem para levar ao desenvolvimento econômico da economia brasileiraThe objective of this paper is to take a critical approach to the theoretical framework that underlies the macroeconomic regime prevailing in the Brazilian economy since 1999, that is, the macroeconomic tripod. Such regime is based on the New Macroeconomic Consensus (NMC), a junction of the new-classical and new-keynesian theories, and consists of inflation targets, primary surplus targets and floating exchange rates. To make the critical approach and to show possible alternatives to this regime was used the developmental theory in its contemporary aspects. The new developmentalist argues in favor of an export-led model, in which exchange policy has a fundamental role for development. On the other hand, social-developmentalism defends the centrality of the State and the internal market, so that public investment and public spending directed at combating social inequality are the main instruments for overcoming underdevelopment. Finally, we sought to criticize the Brazilian macroeconomic tripod under the perspective of these two aspects of contemporary developmentalism, showing that this macroeconomic regime has theoretical and operational fundamentals detached from the reality of a peripheral country and has little contribute to the economic development of the brazilian econom