Os impactos da economia chinesa sobre a brasileira no século XXI

Desde o início deste século, a China tem se mostrado como um importante fator de dinamismo, não só para o mundo, mas também para a economia brasileira e mesmo com sua recente desaceleração, a China continua sendo o principal parceiro comercial do Brasil. As trocas entre os dois países têm rendido ao Brasil expressivos superávits e os fluxos de investimento direto no país, embora ainda pequenos, têm aumentado, justamente para garantir o fornecimento de recursos para sua enorme demanda ou abrir o mercado nacional para os produtos chineses. Apesar disso, o efeito-china, através de efeitos de complementaridade e competitividade, tem contribuído para agravar o quadro de desindustrialização no Brasil. Pelo lado da complementaridade, o aumento da demanda por commodities contribuiu para a apreciação cambial do Real e à primarização das exportações brasileiras, aprofundando a tendência histórica e o mal da doença holandesa de especialização na produção e exportação de produtos intensivos na utilização de recursos naturais, e de importações de manufaturas intensivas em tecnologia. Já pelo lado da competição, contribuiu para deslocar a produção doméstica de bens de maior valor agregado, substituindo insumos e outros bens finais antes produzidos no Brasil por importados da China, deslocando a produção tanto internamente quanto externamente, principalmente na América LatinaSince the beginning of this century, China has proved to be an important dynamism factor not only for the world, but also for the Brazilian economy, even with its current slowdown, it¿s still the main commercial partner of Brazil. The trade between the two countries has yielded significant surpluses to Brazil and foreign direct investment flows, although still small, have increased, precisely to ensure the supply of resources to their huge demand or open the domestic market for Chinese products. Despite this, the Chinese effect, through complementarity and competitiveness effects, has contributed to aggravate the deindustrialization in Brazil. On the side of complementarity, the increase in the demand for commodities contributed to the exchange rate appreciation of the Real and to the Brazilian export primarization, deepening the historical trend and the evil of the Dutch Disease of specialization in the production and export of products with intensive use of natural resources, and imports of technology-intensive manufactures. On the side of competition, it contributed to the displacement of domestic production of higher value-added goods, replacing inputs and other final goods previously produced in Brazil by imports from China, shifting production both internally and externally, mainly in Latin Americ