Doença inflamatória intestinal: papel dos medicamentos biológicos na terapêutica

Trabalho Final de Mestrado Integrado, Ciências Farmacêuticas, Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2016A doença inflamatória intestinal (DII) consiste numa desordem inflamatória crónica do trato gastrointestinal que compreende a doença de Crohn (DC) e a colite ulcerosa (CU). A DII representa uma preocupação crescente uma vez que o número de casos desta patologia tem vindo a aumentar nos últimos anos um pouco por todo o mundo. A estratégia de tratamento convencional destina-se a controlar a resposta imunitária exacerbada através da utilização de aminossalicilatos, antibióticos, corticosteroides, imunossupressores e inibidores da calcineurina. Os avanços da biotecnologia assim como acerca dos mecanismos patogénicos por detrás da DII, levaram ao desenvolvimento de novas terapias. A introdução dos agentes anti-fator de necrose tumoral (TNF), resultou num dos maiores avanços na terapêutica da DII, melhorando as taxas de cicatrização da mucosa, a remissão livre de corticoides, e diminuindo as taxas de hospitalização e cirurgia. Recentemente, vários fármacos emergentes têm vindo a ser avaliados em estudos clínicos, mostrando efeitos promissores ao nível da terapêutica da DII. O antagonista seletivo da integrina no intestino, Vedolizumab, tem-se revelado um dos biológicos emergentes mais promissores, sendo eficaz tanto no tratamento da DC como da CU. Outras terapias em estudo potencialmente úteis para tratamento da CU, correspondem ao Etrolizumab, um anticorpo bloqueador das moléculas de adesão, e o Tofacitinib, um inibidor JAK. Quanto ao tratamento da DC, o Laquinimod pode ser uma esperança. Vários estudos têm demonstrado que a terapêutica biológica é custo-efetiva, no tratamento de episódios agudos, tanto de CU como de DC.Inflammatory bowel disease are chronic inflammatory disorders of the gastrointestinal tract that comprise Crohn’s disease and ulcerative colitis. Inflammatory bowel disease represents a growing concern once the number of cases of this disease has been increasing in recent years all over the world. The classical therapeutic strategies aim to control the exacerbated host immune response with aminosalicylates, antibiotics, corticosteroids, immunosuppressants and calcineurin inhibitors. Biotechnology advances, as well as on the pathogenic mechanisms behind the IBD led to the development of new therapies. The introduction of anti-tumor necrosis factor agents (TNF) resulted in a major advance in the therapy of IBD, improving mucosal healing rates, free remission corticosteroids, and decreasing rates of hospitalization and surgery. Recently, several emerging drugs have been evaluated in clinical studies showing promising effects on the treatment of IBD. The selective integrin antagonist in the intestine, Vedolizumab, has proved one of the most promising emerging biological, being effective both in the treatment of CD as UC. Other potentially useful therapies for the UC treatment correspond to Etrolizumab, a blocking antibody of adhesion molecules, and Tofacitinib, a JAK inhibitor. For the treatment of CD, Laquinimod can be a hope. Several studies have shown that the biological treatment is cost-effective in the treatment of acute episodes of both UC and CD