O sentido de biblioteca escolar expresso por alunos de escolas públicas de Santa Catarina: entre livros, descobertas, refúgio e abandono

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Florianópolis, 2018.O estudo pretendeu conhecer o sentido de biblioteca escolar para alunos de escolas públicas estaduais de Santa Catarina prestes a concluírem a educação básica. O referencial teórico-epistemológico é a Fenomenologia Social de Alfred Schutz, associada ao processualismo sócio-histórico de Norbert Elias e ao construcionismo social de Peter Berger e Thomas Luckmann. Na fundamentação conceitual, discorre sobre a história da biblioteca escolar no Ocidente, uma parte dela no Brasil, envolvendo o direito à educação e à informação e o papel das instituições sociais e profissionais para garantir tal direito. Na fundamentação metodológica, utiliza a Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. A pesquisa envolveu 24 alunos, de 12 escolas públicas estaduais de Santa Catarina, distribuídos nos dois municípios mais populosos de cada uma das seis mesorregiões desse Estado. Recolheu dados por meio de entrevista, questionários, um diário de visitas e da análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas. Para tratamento e análise dos dados das entrevistas, utilizou a técnica do Discurso o Sujeito Coletivo (DSC), de Lefèvre e Lefèvre. O discurso coletivo sinaliza aspectos relevantes da trajetória do sujeito coletivo aluno e de sua formação básica envolvendo a biblioteca da escola às ações mais recentes relacionadas a esta unidade. Apresenta razões e intenções nas ações do sujeito coletivo, vinculadas ao sentido que dá à biblioteca escolar. Para esse sujeito coletivo que permaneceu onze anos da educação básica em uma mesma escola com biblioteca, ela é lugar que mantém o livro: que marcou sua biografia nas séries iniciais; que utilizou para trabalhos e pesquisas; que leu por obrigação ou por prazer; didático que buscou para uso em sala de aula; que viu trancado em armário. A biblioteca escolar é o lugar onde ele encontra esse objeto que viabiliza descobertas. Também o viabiliza a aprender mais, viajar , fugir do que lhe é imposto, exercitar a mente, aprender a gostar de ler, entre outras coisas. Contudo, o sujeito vê na biblioteca sinais de abandono por falta de recursos, livros novos e variados, pessoal para administrá-la, espaço físico mais amplo, conforto e acesso à internet, por exemplo. O Discurso do Sujeito Coletivo, também registra que os professores sejam alertados para que os alunos utilizem a biblioteca, porque ela está esquecida.Abstract : The study aimed at knowing the sense of school library for senior students from state public schools in Santa Catarina. The theoretical-epistemological referential is the social phenomenology of Alfred Schutz, associated with the socio-historical process of Norbert Elias and the social constructionism of Peter Berger and Thomas Luckmann. The conceptual foundation discusses the history of school education in the West, a part of it in Brazil, involving the right to education and information, and the role of social and professional institutions to guarantee this right. In the methodological foundation, the Theory of Social Representations of Serge Moscovici was employed. The research involved 24 students from 12 public state schools in Santa Catarina, distributed in the two most populous cities from the six regions of the state. Data were collected through interviews, questionnaires, a journal, and the analysis of the schools Political Pedagogical Project (PPP). For the treatment and analysis of the data collected through the interview, a Lefèvre and Lefèvre Collective Subject Discourse (DSC) technique was used. The collective discourse signals relevant aspects of the trajectory of the collective subject "student" and its basic training involving the school library, to the most recent school actions related to this unit. It presents reasons and intentions in the actions of the collective subject, linked to the sense that he/she gives to a school library. For this collective subject who has remained eleven years of the basic education in the same school with a library, the library is a book place: a book that marks your biography in the initial stages of schooling when presented to reading, a book that used for papers and research; a book of literature book which read because student was obliged or because he enjoyed; textbook for everyday use of the student who is kept in the library; and textbook from the technical school reserve, also kept in the library. The school library is the place where the student finds this object that enables discoveries. It also enables the subject to learn more, to travel , to escape from what is imposed to him, to exercise the mind, to learn to like to read, among other things. However, the subject sees in the library signs of abandonment due to the lack of resources, new and varied books, personnel to manage it, bigger physical space, comfort, and access to the internet, for instance. The Collective Subject Discourse also records that teachers are advised to have students use the library, because it is forgotten