Avaliação de fendas interfaciais de facetas cerâmicas minimamente invasivas

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Florianópolis, 2016.O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do desenho do preparo de restaurações cerâmicas do tipo faceta na integridade marginal imediata e após 5 anos de envelhecimento simulado, em diferentes regiões do dente. Material e métodos. Foram selecionados 30 dentes pré-molares superiores humanos hígidos e divididos aleatoriamente em 3 grupos (n=10), de acordo com o desenho do preparo da restauração cerâmica: G1: faceta total com preparo (Convencional); G2: faceta total sem preparo (Lente de Contato); G3: faceta parcial sem preparo (Fragmento). Os preparos do G1 foram controlados por meio de guias de silicone (vertical e horizontal, 0,5 mm redução axial vestibular). Os dentes foram incluídos em resina de poliestireno com simulação do ligamento periodontal. Trinta restaurações cerâmicas de dissilicato de lítio foram produzidas utilizando tecnologia CAD/CAM com espessura padronizada 0,5 mm e espaço interno 100 µm. As restaurações cerâmicas foram cimentadas adesivamente e envelhecidas com ciclagem termo-mecânica (CTM) (1.200,000 ciclos mastigatórios; 50 N; 2 Hz; e 6.000 ciclos térmicos 5o / 55o C, 2 min cada ciclo) para simular 5 anos de serviço clínico. Os espécimes foram escaneados por microtomografia computadorizada por raios-X (Micro-CT) para análise 3D da adaptação marginal (µm) em três regiões (cervical, proximal, oclusal) antes e após a CTM. Os dados foram analisados estatisticamente pelo ANOVA de 2 fatores, seguido pelo teste de Tukey (?? = 5%). Resultados. Os resultados de adaptação marginal (µm) e desvio padrão antes a CTM para as regiões cervical, oclusal e proximal, respectivamente foram: G1 (51,5 ± 9,4; 51,5 ± 21,8; 59,7 ± 12,9), G2 (45,3 ± 9,7; 65,1 ± 11,8; 52,0 ± 7,0), G3 (55,0 ± 9,5; 84,8 ± 52,1; 48,0 ± 3,7). Após a CTM: G1 20 (105,0 ± 28,2; 120,6 ± 34,0; 65,0 ± 10,8), G2 (103,5 ± 22,7; 127,3 ± 45,4; 61,9 ± 7,6), G3 (101,9 ± 6,5; 167,5 ± 37,6; 58,5 ± 4,4). Houve maior aumento da fenda marginal para o grupo G3 na região oclusal após a CTM, acima do limite aceitável clinicamente (120 µm). A fenda marginal na região proximal foi estatisticamente menor para todos os grupos após a CTM. Conclusões. O desenho do preparo para facetas cerâmicas influenciou significativamente na formação de fendas marginais após 5 anos de envelhecimento simulado. As facetas convencionais e lentes de contato apresentaram significativamente menor aumento das fendas marginais quando comparadas aos fragmentos na região oclusal, que obtiveram resultados acima do limite aceitável clinicamente. A região proximal foi a região mais estável. Abstract : The purpose of this study was to evaluate the influence of the preparation design for ceramic veneers on the immediate marginal integrity and after 5 years of simulated aging, in different regions of the tooth. Material and methods. Thirty freshly sound human superior premolars were selected and randomly divided into 3 groups (n = 10), according to the preparation design of the ceramic veneer restoration: G1/Conventional: total veneer with preparation; G2/Contact Lens: total veneer without preparation; G3/Fragment: partial veneer without preparation. The preparations for the group Conventional were controlled by means of silicone guides (vertical and horizontal, 0.5 mm buccal axial reduction). The teeth were embedded in polystyrene resin with periodontal ligament simulation. Thirty lithium disilicate ceramic restorations were produced using CAD/CAM technology with standard thickness (0.5 mm) and internal space (100 µm). Ceramic restorations were adhesively cemented and the specimens were aged with a proven thermomechanical cycling protocol (TMC) (1200000 chewing cycles, 50 N, 2 Hz, and 6000 thermal cycles, 5/55 ° C, 2 min per cycle) to simulate five years of clinical service. All specimens were scanned by micro-computed tomography (micro-CT) for 3D analysis of the marginal adaptation (µm) in three areas (cervical, proximal, occlusal) before and after the TMC. The means were calculated and data were statistically analyzed by ANOVA two factors, followed by Tukey test (a = 5%). Results. The results of marginal fit (µm) and standard deviation before TMC for cervical, 22 occlusal and proximal regions respectively were: Conventional (51.5 ± 9.4, 51.5 ± 21.8, 59.7 ± 12.9) Contact Lens (45.3 ± 9.7, 65.1 ± 11.8, 52.0 ± 7.0), Fragment (55.0 ± 9.5, 84.8 ± 52.1; 48.0 ± 3.7). After the TMC: Conventional (105.0 ± 28.2, 120.6 ± 34.0, 65.0 ± 10.8) Contact Lens (103.5 ± 22.7, 127.3 ± 45 4; 61.9 ± 7.6), Fragment (101.9 ± 6.5, 167.5 ± 37.6, 58.5 ± 4.4). The variation before and after the TMC: Conventional (53.5 ± 29.2, 69.1 ± 53.6, 5.3 ± 5.0), Contact Lens (58.2 ± 28.2; 62 2 ± 43.4, 9.9 ± 3.7), Fragment (46.9 ± 3.0, 82.7 ± 45.8, 10.5 ± 2.5). There was a significantly greater increase in marginal gap for the group Fragment in the occlusal region after the TMC, above the clinically acceptable limit of 120 µm (p < 0.05). The marginal gap in the proximal region was significantly lower for all groups after the TMC (p < 0.05). Conclusions. The preparation design for ceramic veneers significantly influenced the marginal gaps formation after 5 years of simulated aging. Conventional and contact lens veneers presented a significantly lower increase in marginal gaps compared to fragments in the occlusal region, which revealed results above the clinically acceptable limit. The proximal region was the most stable region