Trata-se de explorar o tema da identidade pessoal no Tratado da natureza humana (1739-1740) de Hume, segundo três pontos de vista: a simpatia, a imaginação e as paixões. De início, mediante o estudo da relação entre as ideias de eu e de outro no princípio da simpatia, procuramos mostrar como esse princípio carrega em si um significado mais profundo do que a mera comunicação de paixões ou afetos usualmente privilegiada entre os intérpretes. Com efeito, se examinarmos a dependência entre o indivíduo e seu semelhante, encontramos no mecanismo simpático um conflito quanto à natureza da identidade pessoal: o eu é, ao mesmo tempo, a percepção mais forte que se pode ter no pensamento, e, sem a exterioridade, nas palavras de Hume, o eu é na realida...