Um novo olhar sobre a escola pública: memórias de uma gestora

na prática a administrar uma escola; a trabalhar com as diferenças pessoais e de formação, buscando o melhor para os alunos; tomar decisões importantes, dialogar com os educadores de forma a criticar positivamente, levando-os ao crescimento profissional e não a desilusão profissional; a conduzir uma reunião de pais, educadores e de conselho de escola com interesses muitas vezes antagônicos; a elaborar o Projeto Pedagógico; planejar diferentes atividades; administrar conflitos; melhorar as condições físicas do prédio; gerenciar os recursos financeiros... enfim, administrar uma escola. Ressalto que pude vivenciar o trabalho coletivo, tanto entre a equipe de gestão (diretor, vice e orientador pedagógico), como entre os educadores e com as famílias dos alunos. Os momentos de reunião eram extremamente enriquecedores para a formação enquanto profissionais e enquanto grupo de trabalho que objetivavam o melhor para a comunidade atendida no CEMEI. Os laços entre escola e família foram se estreitando ao longo dos anos, à medida que fomos compreendendo a forma de conceber a educação pelas famílias. Pode-se dizer que na escola pública as famílias participam sim, desde que se sintam acolhidas e seguras para participarem. Portanto, a estrangeira, imigrante da escola particular, cheia de medos, preconceitos e desconfianças, depois de um tempo aprendeu a falar a língua, conheceu os costumes e inseriu outros, trouxe sua história, cresceu profissionalmente e se naturalizou neste novo país, adotando a escola pública como sua nova pátria, pois como dizia Fernando Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena