Mulheres montoneras : política revolucionária em feminino

Este trabalho visa analisar as tensões e os conflitos gerados pela participação das mulheres na militância na década de 1970 na Argentina, particularmente na organização político-armada Montoneros. Argumentamos que as mulheres se inseriram em diversos espaços militância, questionando com a sua prática os papeis que lhe eram socialmente designados. Em 1973, Montoneros criou um frente específico de atuação com as mulheres, a Agrupación Evita, que permitiu uma resignificação do trabalho político entre mulheres. Além disso, as organizações revolucionárias se preocuparam com incidir na participação feminina, propondo modelos revolucionários para os/as militantes, os casais e a família. Consideramos que os espaços público e privado, pessoal e político se mesclaram naqueles anos na construção de uma prática política revolucionária. Finalmente, realizamos um balanço historiográfico sobre a luta armada na Argentina, paralelamente à análise documental de duas revistas montoneras, El Descamisado e Evita Montonera. Por assim ser, a investigação desta monografia caminhou por vários sentidos. Em ambos os conjuntos de diários buscou-se analisar as publicações, seus problemas e o contexto sociopolítico da época. Dentro do possível, chamou-se atenção para as questões envolvendo as transcrições. A leitura interna dos diários demonstrou diferentes possibilidades historiográficas, e os mapas em anexo no final deste trabalho auxiliam a pensá-los. O uso de outras fontes transcritas, assim como um diário manuscrito em versão on-line, foi crucial para o exercício em questão. Estas investigações, assim como a bibliografia consultada, integram dois anos de estudos sobre o temanot informe