Atletas independentes olímpicos e a quebra do paradigma do nacionalismo

Os Jogos Olímpicos sempre representaram a união de povos e nações. Na Antiguidade Clássica, os Jogos, além de promoverem a paz entre as cidadesestados, reforçavam a identidade grega. Com o mesmo princípio de promoção da paz e união dos Estados-nações, Pierre de Coubertin, ressurgiu os Jogos Olímpicos na Era Moderna, em detrimento da institucionalização dos esportes modernos baseados nos pilares da Revolução Industrial. O Olimpismo regia os Jogos por princípios éticos e morais, tornando-os um evento internacional. No século XX, perante a ideologia do nacionalismo, que fazia parte da construção de uma nação com os sentimentos de união pela mesma etnia, língua, cultura e um passado comum e da legitimação dos Estados-nações, Estados de regimes totalitários, utilizaram o evento como propaganda de seus governos e como prestígio nacional e internacional, como os Jogos Olímpicos de Berlim em 1936. O dualismo entre capitalismo e socialismo da Guerra Fria, utilizou os Jogos como uma propaganda de ideologias político-econômicas e aumentou a visibilidade do esporte pelo alto nível de competição. Na era da Globalização, o esporte vira espetáculo e é regido sob as leis das políticas neoliberais, fazendo os Jogos Olímpicos serem um evento altamente lucrativo. Quebra-se os princípios do amadorismo e do fair play do Olimpismo moderno e a identidade nacional passa a coexistir com a identidade global. Cria-se uma nação esportiva, representada por atletas independentes olímpicos, em que deixam de representar sua nação para participar dos Jogos Olímpicos.The Olympic Games have always represented a link of people and nations from different cultures and parts of the world. In the classic antiquity, the Games, besides promoting peace among city-states, reinforced the Greek identity. With the same principle of promoting peace and unity of the nation-states, Pierre of Coubertin recreated the Olympic Games in the modern era, in detriment of the institutionalization of modern sports based on the pillars of the Industrial Revolution. Olympism ruled Games by ethical and moral principles, making it an international event. In the twentieth century, facing the ideology of nationalism, which relates to building a nation with feelings of togetherness by the same ethnicity, language, culture and a common past and of legitimacy of nation-states, totalitarian states used the event to publicize their governments, to improveir their national and international prestige, for example, the Berlin Olympics in 1936. The dualism between capitalism and socialism of the Cold War used the Games for campaigning political-economic ideologies and increasing the visibility of the sport by the high level of competition. In the era of globalization, the sport becomes spectacle and is regulated under the laws of neoliberal policies, making the Olympics a highly profitable event. Principles such as amateurism and fair play of the modern Olympism and the national identity begins to coexist with the global identity. It creates a sporting nation, represented by Independent Olympic Athletes, which give up on representing their nation when participating in the Olympic Games