Desenho animado e violência infantil

Segundo Silva (1996), o século XX viu o surgimento de mais um membro da família universal, que foi a televisão. Que de um veículo pouco usual, portador de desconfianças pelos seus usuários iniciais, evoluiu e acabou se transformando em um acessório necessário em todos os lares por mais pobres que sejam. Sua tecnologia e avanços tecnológicos evoluíram de tal forma, que hoje é quase impossível conceber o fim de seu uso em nossa vida cotidiana. Paralelamente a essa evolução, foi-se percebendo a necessidade de uma discussão sobre seu conteúdo e suas influências. Papel esse exercido por teóricos em comunicação, psicólogos, pedagogos, que reuniram um vasto material de defesa e acusação, levando a televisão para o banco dos réus. Ainda hoje, não há uma sentença definitiva, mas o debate está sendo cada vez mais ampliado. Habituadas à TV desde a infância, as novas gerações cresceram em um ambiente muito distinto daquele que cercava as crianças da primeira metade do século passado. Seu poder sobre a criança passou a ser questionado. Com o surgimento de programas destinados a um público infantil, e com a necessidade das mães (antes reduzidas à função doméstica) saírem de casa para trabalhar, ocorreu toda uma mudança cultural e social dentro dos lares: a TV se transformou numa babá eletrônica. Dessa forma, muitas vezes a televisão substituiu e substitui a figura materna, ocupando lugar de destaque no lar, que acaba se organizando em torno dela, uma vez que está sempre à disposição, oferecendo a sua companhia a qualquer hora do dia ou da noite e como uma mãe branda, nunca exige nada em troc