O debate entre Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares sobre a crise dos anos 60 e seus fundamentos teoricos

Celso Furtado e Conceição Tavares elaboraram distintas interpretações a respeito da crise dos anos 60, refinando-as com o desenrolar dos eventos. Furtado identifica a crise, em um primeiro momento, com uma tendência à estagnação inerente às estruturas subdesenvolvidas, mas posteriormente foca-se na própria perpetuação do subdesenvolvimento. Conceição Tavares vê na crise a manifestação do ciclo endógeno no qual a economia brasileira teria entrado após a industrialização pesada, passando a um capitalismo autodeterminado. Esses autores se basearam em conceitos incompatíveis de desenvolvimento, que se refletem em sua controvérsia sobre as possibilidades de crescimento sustentado no Brasil. Procuramos percorrer a trajetória de suas análises e fazer referência quando necessário às suas bases teóricas, de maneira a justificar suas divergências. Além disso, essa trajetória permite recuperar a importância dos conceitos envolvidos para ambosNot informe