A unha como indicador biológico de exposição ao flúor para prever risco de fluorose dental (dose dentifrício fluoretado)

Para que se possa relacionar a concentração de flúor na unha com a dose ingerida, os voluntários deste estudo utilizaram dentifrício fluoretado durante o período inicial e posteriormente, dentifrício não fluoretado. Para se determinar a duração de cada período (com ou sem dentifrício fluoretado), um estudo piloto foi realizado para se obter a velocidade de renovação das unhas de crianças de 20 a 30 meses. Depois de realizado o estudo piloto, 30 crianças de uma creche de Piracicaba na faixa etária de 20 a 30 meses e que utilizam água de abastecimento da cidade foram selecionadas, e com o consentimento de seus pais participam da pesquisa sendo expostas a diferentes concentrações de flúor. No período A, as crianças escovarão os dentes com dentifrício fluoretado (1100 ppm F), com o objetivo de se determinar a exposição habitual ao flúor (dieta e dentifrício fluoretado). No período B, as crianças escovaram os dentes com dentifrício não fluoretado. Estima-se que a exposição ao flúor seja 50% menor neste período, já que apenas a dieta influenciará na dose total de flúor ingerida. No último período, período C, as crianças voltaram a escovar os dentes com dentifrício fluoretado (1100 ppm de flúor), como no período A. A dose de exposição ao flúor calculada em cada período foi baseada na dose de flúor ingerida pela dieta (água + alimentos) e durante as escovações. Para se obter a dose de flúor referente a dieta, foi utilizado o método de coleta duplicada de GUHA-CHOWDHURY et aí, 1996, e para determinação da dose de flúor referente ao dentifrício fluoretado, a quantidade de flúor recuperada durante a escovação (produtos da escovação) foi subtraída da quantidade total de flúor inicialmente utilizada ( ROJAS - SANCHEZ et al, 1999). As unhas foram coletadas e analisadas em todas as fases na tentativa de se observar a variação das doses de flúor ingeridas pelas crianças. Para a análise de flúor em todo o material coletado foi utilizado eletrodo flúor específico para íon-flúor acoplado ao analisador de íons. Nas amostras de dieta duplicada e unhas, o flúor foi extraído pela microdifusão facilitada por HMDS (TAVES, 1968) modificada por WHITFORD. As amostras de dentifrício e produtos recuperados após a escovação foram centrifugadas, hidrolisadas (HCl M a 45°) e tamponadas (NaOH e TISAB II) para serem levadas ao eletrodo flúor-específico