Eficácia clínica e sensibilidade dolorosa das técnicas infiltrativas subperiósticas e supraperiósticas

Há controvérsia na literatura com relação às técnicas infitrativas (subperióstica e supraperióstica), considerando duração da anestesia e dor à injeção. Assim, o objetivo deste estudo cruzado e duplo-cego foi comparar estas técnicas anestésicas quanto ao desconforto no momento da punção e após retorno da anestesia, e quanto ao tempo de latência e duração da anestesia pulpar e em tecidos moles, em 30 voluntários saudáveis. Foi aplicado, na região do canino superior esquerdo, 1 tubete anestésico (1,8 ml) de lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000, pelas técnicas citadas, aleatoriamente distribuídas em 2 sessões. As injeções foram feitas por um único administrador, de forma lenta. A avaliação dos tempos de latência e anestesia pulpar completa foi realizada através de estímulos elétricos (Pulp Tester) nos dentes incisivo lateral, canino e primeiro pré-molar superiores do lado esquerdo. A sensibilidade dolorosa foi avaliada pelas escalas Analógica Visual (EAV) e de 11 pontos em caixa (E11), nas duas sessões, logo após a injeção e ao término da anestesia em tecidos moles. Não foram observadas diferenças significantes (p>0,05; teste de Wilcoxon pareado) entre as técnicas em todos os parâmetros avaliados, à exceção da latência da anestesia no primeiro pré-molar (p=0,001) que foi menor com a técnica subperióstica e da taxa de sucesso da anestesia (p=0,0001; teste Q de Cochran), que foi maior para a mesma técnica em todos os dentes. Conclui-se, dentro das condições deste estudo, que a técnica subperióstica é mais adequada para uso em Odontologia, por proporcionar maior taxa de sucesso da anestesia e, em alguns dentes, menor latência