A diversidade como desafio na educação infantil

assumimos uma classe, aparentemente ela se constitui de um grupo de alunos que, embora apresente diferenças na aparência e no comportamento, mesclam-se em um grande grupo, ao qual nos referimos como meus alunos. (MEC, 2005, p.18, vol.2) Sabemos que o movimento pela Educação Inclusiva, vem buscando no decorrer da história um enfoque que atenda os alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais) dentro do sistema regular de ensino. Entretanto, ao falarmos sobre a questão da integração do aluno com NEE, somos levados de imediato a pensar nas dificuldades de integração com o grupo que são enfrentadas por estas crianças, e muitas vezes, não levamos em conta a opinião de um dos principais agentes envolvidos neste processo: o professor. Sabemos que os direitos das pessoas deficientes está explícito, tanto na Constituição Federal, como também no próprio RCN (Referencial Curricular Nacional), que além de garantir, traz diversas orientações de como a escola, a família e a comunidade devem proceder para que haja um bom trabalho de inclusão com a participação de todos. Restanos saber se tais pressupostos legais são realmente cumpridos pelos profissionais da educação, e de que forma isso vêm acontecendo na prática. Diante disso, proponho-me neste memorial de formação de curso, compartilhar com o leitor um pouco de minha experiência profissional na área de Educação Infantil, no que se refere à inclusão de crianças com NEE na rede regular de ensino, especificamente na cidade de Indaiatuba/ SP, a qual atua há sete anos, bem como, destacar algumas das políticas educacionais, para melhor analisar como ocorre na prática esse processo por igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade no processo educativo. Para tanto, nos primeiros capítulos do presente memorial de formação, descreverei sobre o início de minha prática docente, destacando minha primeira experiência profissional com uma criança inclusa no sistema de ensino regular, e após, falarei sobre o desenvolvimento histórico do conceito de Educação Inclusiva, bem como todos os aspectos legais e estratégias propostas pelos Referenciais Curriculares Nacional (RCN), a fim de confrontar essa experiência prática com toda a teoria apresentada. Sei que o termo Diversidade é amplo, e compreende em seu significado todo o tipo de diferença que possa existir dentro de uma sala de aula, no entanto faço questão de deixar claro ao leitor que o termo será utilizado no decorrer de todo o trabalho enfocando principalmente o aluno com deficiência mental. Com o intuito de fundamentar minhas reflexões, trarei no decorrer do presente estudo citações e reflexões de alguns autores estudados durante o curso de Pedagogia do Programa Especial para Formação de Professores em Exercício (PROESF) tais como: Lucídio Bianchetti 1* , e Maria Teresa Égler Mantoan 2** , os quais auxiliaram muito em minhas reflexões. Busquei também confrontar no decorrer de cada capítulo todo o conhecimento adquirido através de minha experiência profissional, com alguns aspectos legais, os quais me auxiliaram muito na análise e entendimento de tais políticas, onde a partir de agora poderei posicionar-me diante do assunto com um grande conhecimento e embasamento teórico. * 1 Doutor em História e Filosofia da Educação pela PUC/ SP. Mestre em educação pela PUC/ RJ. Professor no Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSC. Co-autor, e co-organizador do livro: Um olhar sobre a diferença. Interação, trabalho e cidadania, publicado pela Papirus. **2 Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil