Que coisa feia, que papelão...dizer não a arte na educação infantil

abalho surgiu de simples observações na Educação Infantil, de experiências voltadas à prática pedagógica e da influência que o lúdico e as artes têm nas crianças pequenas. Não apresenta uma experiência pedagógica, destinada a mudar um sistema de ensino, apenas de uma ferramenta de trabalho em que o enfoque é a tentativa de restituir e refletir a importância das artes, seu papel verdadeiro na formação da criança e meu testemunho de fé na educação por esse maravilhoso instrumento que temos em nossas mãos na prática diária. Em busca de uma fundamentação metodológica e teórica, abordarei meu processo de formação e a tomada de consciência desta necessidade de busca, esclarecendo pontos que estavam obscuros, para embasar objetivos que vêm sendo traçados durante esse percurso. Uma das certezas já adquiridas é que a Educação Infantil é um momento único. Onde o educador tem o compromisso de proporcionar às crianças a oportunidade de se expressar de forma espontânea, pessoal, valorizando todo seu potencial e criatividade. "Não custa nada refletirmos novamente sobre o papel da escola na educação corporal e no aprendizado das artes. Que valores, conceitos, atitudes estamos trabalhando com nossas crianças se as faço repetir tudo que mando?" (MARQUES, 2004: 37). Se bem que a visão de "escola" na educação infantil é bem discutida, mas o que abordarei é o caráter de não escolarização, apenas de instituição educacional com todas suas características próprias. De volta à vida acadêmica, depois de algum tempo sem estudos sistemáticos e horários marcados para fazê-los. A UNICAMP, de certa forma, era uma possibilidade de complementar algo não terminado e também de dar um passo largo, talvez o Mestrado. Cursei Pedagogia na PUCC, Licenciatura Curta, direcionada à Pré-Escola, posteriormente fiz pós-graduação em Supervisão e Administração Escolar e mesmo assim faltava algo mais, além da garantia de uma licenciatura plena, a lacuna da segurança ao direcionar minha prática ainda estava aberta. No decorrer desses anos, de professora de Jardim II e PRÉ passei a ser Coordenadora Pedagógica e atualmente estou na Direção de uma EMEI(Escola Municipal de Educação Infantil). Este percurso deu-se paralelo ao tempo de estada nesta Universidade. Digo, estou diretora, porque sou professora na essência, mas agora tenho a oportunidade de viabilizar muitas propostas interessantes e importantes de trabalho na Unidade Escolar que estou inserida, com muito mais envolvimento e comprometimento com todo o grupo. Porém meu enfoque será realmente na sala de ambiente educacional, onde estão meus objetos de pesquisa e minha paixão, que são as artes de forma geral. A arte é uma dessas coisas que, como a terra, o ar, está ao nosso redor, em toda a parte, mas que raramente nos detemos a considerar e, como quer que seja definida, está em tudo que fazemos para satisfazer nossos sentidos. A dramatização, foi para mim, como uma varinha de condão, na apresentação de seminários de várias disciplinas do PROESF, onde pude ser o Murilo, um garoto skatista relatando as diferenças culturais. A dona Xepa, uma doméstica entrevistando um artista plástico, a gata manhosa dos Saltimbancos, explorando as políticas compensatórias do país. Adorei o desafio de ser uma menininha de cinco anos que se masturbava na sala de aula e deixava a professora sem saber o que fazer. Fui também uma patricinha drogada, na aula de temas transversais e muitos outros improvisos que não me recordo exatamente. Portanto, eu que sou um ser tão limitado, posso usar a arte para alcançar mais gostosamente meus objetivos e porque não aplicá-la a minha prática educativa com essas crianças que possuem talentos infinitos. As minhas companheiras de sala de aula e a professora Márcia Strazzacapa, foram minhas fontes de inspiração para o direcionamento deste trabalho com pitadas de arte