O fenómeno da indisciplina numa escola do 1º ciclo do ensino básico

Tese de mestrado em Ciências da Educação (Área de especialização em Teoria e Desenvolvimento Curricular), apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, 2006Por ser uma questão preocupante, a indisciplina tem ocupado um lugar de destaque nos meios de comunicação social, que revelam professores sem qualquer protecção e formação para lidar com situações de violência, escolas mal organizadas para fazer face a este problema e políticas educativas que parecem não resultar, começando este fenómeno a alastrar gradualmente, atingindo já os níveis de ensino mais baixos como o 1.° ciclo do ensino básico. Compreender as razões que subsidiam este fenómeno, caracterizar as escolas do 1.° ciclo do ensino básico, o seu clima relacional, o tipo e a frequência de situações de indisciplina que vivem, foi para nós o desafio a concretizar. Desta forma, centramos o nosso estudo em grandes escolas do 1.° ciclo, onde interagem diversos actores educativos, tentando conhecer as suas realidades organizativas, participativas e educativas. Tentámos, sobretudo conhecer a forma como toda a comunidade educativa interage e se prepara para lidar com este tipo de situações ou se organiza para as prevenir. Pudemos concluir que a prevenção é aposta forte de escolas de grandes dimensões que, desta forma, evitam situações de agressividade sistemática. A qualidade da relação pedagógica que se estabelece em ambiente de sala de aula, a forma como a escola define as suas regras de funcionamento, a importância da ligação da família à escola e o grau de colaboração e envolvência da comunidade para com a escola, são factores associados à prevenção e eliminação de situações de indisciplina. À semelhança de Amado (2001) e Freire (2001) os nossos resultados apontam, assim, para a existência de múltiplos factores associados a esta problemática e para a importância da existência de um bom clima relacional entre agentes educativos, uma boa ligação à comunidade e às famílias e uma boa organização ao nível dos órgãos de gestão como forma de controlar e eliminar a indisciplina nas nossas escolas.As this is a worrying issue, the undisciplined behaviour has occupied a place of prominence in the media, which expose teachers without any sort of protection and training to deal with situations of violence, schools which are badly organised to deal with this problem as well as educational politics which do not work. This phenomenon is true starting to spread gradually and is now reaching the lower educational levels such as the first cycle of basic learning (Primary School). Understanding the reasons that support this phenomenon, characterise the primary schools, their relational environment, what sort and frequency of indiscipline situations experienced, was for us the challenge to materialize. This way, we concentrated our work in big primary schools where various educational factors interact. We tried to understand their organisational, participating and educational realities. We tried to understand how the whole educational community interacts and prepares to deal with this type of situations or sets itself up to prevent them. We are able to conclude that prevention is the best bet in schools of big dimensions and thus prevent situations of systematic aggressiveness. The quality of the pedagogical relationship that is established within the classroom environment, the form in which the school defines the rules whereby it functions, the importance of the ties between the family and the school and how much the community is involved and collaborates with the school, are all factors associated with the prevention and elimination of unruliness. Similary to Amado (2001) and Freire (2001) our results pointed to several factors associated at this problematic and show that a good relational environment does have to exist between the educational agents, good ties with the community and with the families. Also good organisation regarding management to control and eliminate the misbehaviour in our schools