Antero de Quental e Nature de Emerson: a (im)possibilidade de um di\ue1logo

Qualquer escrito que pretenda estudar a obra de Antero de Quental, ou um aspeto dela, n\ue3o pode deixar de confrontar-se com a rede complexa de obras e autores \u2013 quer sejam de \ue2mbito filos\uf3fico, liter\ue1rio e po\ue9tico \u2013 que, durante a sua intensa atividade, contribuem para a forma\ue7\ue3o do seu pensamento. Embora muitas vezes a an\ue1lise deste di\ue1logo prof\uedcuo seja linear e sem imprevistos, outras vezes obriga a que se sigam hip\uf3teses interpretativas menos evidentes e mais ousadas. Faz parte deste segundo caso a hip\uf3tese de um poss\uedvel, ou imposs\uedvel, di\ue1logo entre a obra Nature (1836) de Ralph Waldo Emerson (1803-1882), famoso representante do transcendentalismo americano do s\ue9culo XIX, e o conceito de natureza em Antero. O que tentaremos fazer, neste pequeno ensaio, \ue9 verificar se e em que medida as concep\ue7\uf5es de Emerson influenciam Antero, partindo de um breve confronto entre o pensamento anteriano e o transcendentalismo enquanto corrente filos\uf3fica, para depois evidenciar as poss\uedveis afinidades na concep\ue7\ue3o de natureza entre os dois autores